Iniciativa simples, criativa e que faz a gente acreditar no futebol: liderados pela professora de Violino Michelle Paliota, torcedores pontepretanos decidiram formar uma orquestra para tocar músicas em homenagem a nega véia. Não há um centavo da agremiação envolvido no projeto. Todos os recursos foram viabilizados por iniciativa única e exclusiva dos músicos/torcedores abnegados. Um gol de placa. Fato.
Fato que deve ser elogiado se levarmos em conta que vivemos em um futebol cada vez mais traçado pela violência e intolerância. A música vira uma resposta bem dada e contundente em nome da paz.
Em entrevista ao site oficial do clube, Palliota explica os detalhes do projeto. ““Gravamos as músicas em estúdio, para que a qualidade do som ficasse o melhor possível, e faremos a gravação do vídeo neste final de semana no estádio. Tocamos o hino da Ponte em uma música que une diversos estilos – começa com rock, passa pelo reage , temos um rap, uma passagem de moda de viola e finalizamos com samba – unindo violinos, saxofone, flauta transversal, cello e bateria de escola de samba. Além disso, também fizemos uma música de Natal bem especial, mixada com Macaca Querida”, contou Michelle. Repito: gol de placa.
Eis que vou na página oficial da Ponte Preta no Facebook e vejo algo inexplicável. Torcedores com reclamações em relação ao projeto. Enfatizam que a Ponte Preta precisa de um título. Ou que preferia investimento em jogadores de qualidade. Tal posicionamento é de uma infelicidade atroz.
Existe uma mistura de estações. Torcedor e suas iniciativas para enaltecer o clube é um fato; outro bem diferente são as trapalhadas da diretoria. Dessas estamos cansados de enfocar aqui.
Agora, qualquer torcedor que queira homenagear a Ponte Preta será proibido por causa da conjuntura vivida pelo clube? Onde encontra-se a coerência? O que custa exibir um pouco de racionalidade e incentivo?
Quem dera se a Ponte Preta contasse com mais torcedores com a criatividade da Michelle Paliota e dos 40 integrantes da Orquestra Ponte Preta. O mundo é tão cruel, árido, sem amor…Por favor, não estrague quando o semelhante quer deixar a vida da gente mais feliz. Guarde seu mal humor para si.
(Elias Aredes Junior)