Pedro Antonio Chaib recebeu o nome do vestiário do time profissional da Ponte Preta. Justa homenagem. Peri Chaib foi o melhor diretor de futebol da história da Ponte Preta. Sem concorrentes. Atuou e brilhou em uma epoca em que Campinas era pujante, moderna, antenada com o mundo, mas sem a dimensão da metrópole atual.
Soube trabalhar com maestria os jovens valores e teve a capacidade de fazer campanhas memoráveis. E o melhor: apesar de jamais abrir mão da autoridade e nunca perdeu o sentido comunitário que norteava o clube. Era um homem do seu tempo. E que preparava o futuro.
Acredito no seu protagonismo, mesmo nos instantes dificéis, como quando exerceu a presidência. O atual presidente, Marco Antonio Eberlin, nunca escondeu que se inspirou em Peri Chaib para aprender sobre futebol. Fez bem. Apesar da perspectiva de erros e acertos, é melhor seguir o caminho e aprimorar de quem fez história ao invés de agarrar-se em aventureiros.
Talvez este é o detalhe que chama a atenção na homenagem à Peri Chaib. Como tiveram a coragem de desprezar e jogar no lixo a história da Ponte Preta nos últimos, 10, 15 anos? Não, não é para aplicar a mesma metodologia das décadas de 1970, 1980 ou 1990, épocas em que Peri Chaib brilhou. Mas reconheça quem trilhou o caminho, quem desbravou fronteiras e quem permitiu que a Macaca esteja de pé. Não fizeram isso. Pior: transmitiram a ideia de que a Macaca eram um clube com vários e vários anos desprezíveis e alguns anos – sob o comando de determinado grupo político- que eram os reais e válidos na história da Ponte Preta.
A história não é construída em pedaços. Ela é feita por inteira. Homens e mulheres são responsáveis por levar nas mãos os tijolos do tempo que viabilizam eras, conquistas e vitórias. De 1900 a 2022. Nenhum dia, mês ou ano deve ser excluido.
Com a atitude, a Ponte Preta não faz apenas uma homenagem a Peri Chaib e sim reconstrói uma história que parecia perdida e ignorada.
(Elias Aredes Junior- foto de Diego Almeida-Ponte Preta)