Pesadelo no primeiro tempo e esperança nos 45 minutos decisivos. O que vai prevalecer na Ponte Preta para o Brasileirão?

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Fugir da realidade é a pior atitude em qualquer área de atividade profissional. Adiar a tomada de providências só traz um prejuízo que por vezes fica difícil administrar em médio e longo prazo.

]O conceito aplica-se com perfeição a Ponte Preta, que empatou por 2 a 2 com o Atlético Mineiro e teve um primeiro tempo de assustar e uma etapa final para produzir esperanças. Tal reviravolta não impede a constatação de que o elenco tem problemas sérios de montagem e concepção.

Ao rever os 45 minutos iniciais no estádio do Horto o plano tático de Kleina e seus equívocos aparecem. Como posso exitosa uma retranca que tem como saldo uma derrota parcial?No máximo, o Ferrolho apenas impediu uma goleada, nunca a obtenção de vantagem. Mais: discordo do conceito que Lins e Lucca ficaram dentro do próprio campo e isso impediu a presença da Macaca no ataque. O problema não é o posicionamento e sim a característica dos atletas. Lins e Lucca estão muito longe das características dos outrora titulares William Pottker e Clayson. O primeiro voltava para marcar e tinha capacidade para puxar a bola até a zona intermediária e era letal com o domínio na parte final do gramado oponente. Clayson, por sua vez, disparava a partir da zona de defesa e conduzia por vezes a bola sem auxilio de ninguém. Desafogo puro.

Hoje, quem tem a missão é Nino Paraíba e na etapa inicial ficou entretido com Fábio Santos. Resultado: um time emparedado e sem saída. Lins não tem ainda a explosão e velocidade necessária e Lucca é um atacante com poder de finalização, mas com uma rapidez abaixo do que se exige.

No segundo tempo, com os jogadores que tinha em mãos, Kleina apenas aproveitou-se do desgaste físico do Galo Mineiro, falho na recomposição, e os vacilos de Marcos Rocha. Ao adiantar a marcação e contar com a esperteza de Léo Artur produziu velocidade na partida e fez a virada. Por que tomou o empate? É preciso entender porque Rodrigo foi acionado. Naquela altura do jogo, Rafael Moura e Fred estavam em campo e isso representava uma pressão sobre Marllon e Kadu. Com Rodrigo, a tentativa era criar uma sobra na defesa e de estatura na bola aérea. Seja por desatenção ou falta de ritmo de jogo, Rodrigo vacilou e Rafael Moura guardou.

O empate deve ser comemorado mas taticamente a Macaca está em estágio incipiente. No atual modelo de jogo, depende do contra-ataque, protagonista no Campeonato Paulista. Aos esperançosos de plantão é preciso esclarecer: Renato Cajá pode, no máximo, incutir cadência e toque de bola no meio-campo, o que é louvável. Emerson Sheik entrará como finalizador ou até para incrementar a criatividade no setor. Não há como exigir velocidade de um homem de 38 anos.

A saída é apostar as fichas em Claudinho ou Negueba, sendo que o segundo nunca foi um primor de habilidade ou de eficiência na conclusão. Tem a velocidade tão necessária para a Macaca. Seria de um bom grado acioná-lo o mais rápido possível e evitar qualquer dissabor contra o São Paulo, em reconstrução assim como a Macaca. Ainda bem.

(análise feita por Elias Aredes Junior)