O jogo do Guarani nesta sexta-feira, contra o Independente, no Estádio Brinco de Ouro, poderá ser o ponto final na trajetória do técnico Pintado. Contratado no dia 24 de agosto do ano passado para a reta final da Série C do Campeonato Brasileiro, o treinador teria recebido um convite do São Paulo para assumir a função de analista de desempenho e fazer o meio-campo entre diretoria, comissão técnica e jogadores, procedimento de responsabilidade de Milton Cruz, demitido na quinta-feira. Inquirito pelo repórter Carlos Rodrigues, do Correio Popular, o treinador não confirmou e nem desmentiu.
Em conjuntura normal, seria uma saída para produzir lamentações. Afinal de contas, o Guarani está com 24 pontos, na nona posição e disputa a oitava vaga pau a pau com o União Barbarense. Por outro lado, Pintado tem 58,7% de aproveitamento nos jogos em que dirigiu o Guarani, com 10 vitórias, sete empates e quatro derrotas. Não é um desempenho desprezível. Também é de se elogiar o afinco com o qual o treinador desempenhou seu papel e até investiu valores do próprio bolso para melhorar a infra-estrutura. Os fatores enumerados são suficientes para criar um clima de consternação sobre o futuro do Guarani. Ou não?
Pois é, nem tudo são flores. Por incrivel que pareça, a saída de Pintado poderá viabilizar o andamento de algumas demandas que pareciam descartadas. Para começar, a possível saída de Pintado estancaria as constantes mudanças efetuadas no time titular e que no final impediram a equipe de construir uma cara e uma identidade. Começou a Série A-2 com dois volantes e três armadores no meio-campo e posteriormente abraçou o clássico 4-4-2. Com tantas mudanças, ficou sem um e sem outro.
Com a saída de Pintado, a valorização das categorias de base poderá ser feita de modo mais linear e sem sobressaltos. Não há como negar que muitos atletas ganharam chance com a atual comissão técnica: O zagueiro Léo Rigo, o lateral Eduardo, o volante Wesley, os meias atacantes João Vittor e Lorran, o atacante Raí e o centroavante Gabriel Rodrigues.
Suspenso para o confronto de hoje, Lorran pode ser considerado um privilegiado, pois atuou nas 16 partidas da fase inicial, seja como titular ou reservas. A mesma sorte não teve Gabriel Rodrigues, reconhecidamente talentoso e com faro de gol, mas que misteriosamente foi deixado de lado após fazer o gol de empate no jogo diante do Taubaté.
No final, ao apurar o saldo, caso a passagem de Pintado seja encerrada no Guarani após o jogo contra o Independente, não existe motivo para lamento e sim apenas a declaração de uma frase por parte do clube: Seja feliz, obrigado e boa sorte.
(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto por Rodrigo Villalba-Memory Press)