Levantamento divulgado nesta segunda-feira, dia 23, pela Pluri Consultoria demonstra que no período de 2015 a 2019, o Guarani teve um gasto de R$ 55 milhões com o departamento de futebol, que participou da terceirona nacional em 2015 e 2016 e desde 2017 disputa a Série C do Campeonato Brasileiro, além das Séries A-2 e A-1 do Paulistão. É a menor quantia dos 24 clubes pesquisados pela empresa no período. Para se ter uma ideia, o penúltimo colocado, o Santa Cruz, contabilizou gastos de R$ 72 milhões e hoje está na Série C.
O resultado puro e simples leva a conclusão de que o Guarani fez muito com pouco. Afinal, se levarmos em conta uma média mensal, o futebol do alviverde gasta R$ 910 mil mensais. Para o mundo do futebol é quase nada.
Quem conhece os bastidores e a evolução administrativa dos últimos anos sabe que tal feito não é fruto de qualquer rompante de gestão ou competência administrativa realizada pelos últimos presidentes. O Guarani teve auxílios decisivos externos para chegar ao patamar em que se encontra.
Em 2016, sem o aporte financeiro de Roberto Graziano e o trabalho da dupla formada por Rodrigo Pastana e Marcus Vinicius Beck Lima, o vice-campeonato da Série C jamais seria possível.
No ano seguinte, sair da Série A-2 não foi possível e a escapada do rebaixamento só foi obtida graças ao trabalho motivacional de Lisca que conseguiu os pontos necessários. Participação e interferência de dirigentes estatutários? Nenhum. Zero.
Se o ano de 2018 é conhecido como um período de glória do time isso se deve a dois personagens. Primeiro, o atual técnico da Chapecoense, Umberto Louzer e posteriormente pelo empresário Nenê Zini, decisivo na montagem do time campeão da Série A-2 e da nona posição da Série B.
No ano passado, Fumagalli e Marcus Vincius deram suporte para Osmar Loss construir uma campanha digna no Paulistão e Thiago Carpini fechou o vestiário para assegurar a permanência na segundona.
E neste ano, quando Carpini foi embora, do que ele reclamou: de interferências externas. Pois é.
E se hoje Felipe Conceição está em céu de brigadeiro, certamente os dirigentes estatutários não tem participação. Apesar dos erros e equívocos na montagem do time, o superintendente executivo de futebol, Michel Bastos, tem mais protagonismo do que qualquer componente do Conselho de Administração.
Em resumo: o Guarani não tem quadros. Mas a sorte tem bafejado e alguns profissionais externos fazem a diferença. É preciso estar preparado para quando a sorte acabar.
(Elias Aredes Junior)