Com muita luta e disposição, a Ponte Preta venceu o Sport por 1 a 0, em jogo realizado na noite desta quarta-feira no estádio Moisés Lucarelli e válido pela Série B do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, a Macaca encontra-se agora com 39 pontos e agora precisa de mais seis pontos em nove rodadas para assegurar a sua permanência. O próximo confronto será na terça-feira, às 21h30, contra o Ituano, novamente no Majestoso.
Eu poderia gastar estas linhas para falar sobre a disciplina tática do time pontepretano. Ou para ovacionar o oportunismo de Lucca na cobrança de pênalti. Ou elogiar a tenacidade defensiva da equipe pontepretana para segurar o resultado. Mas quero utilizar esta vitória e a permanência encaminhada pela Ponte Preta na Série B para tratar de dois tipos de torcedores que acompanham a saga pontepretana nesta temporada e que perdura há muitos anos.
O primeiro estilo você conhece em vários ambientes.
Ele reclama na derrota, na vitória, xinga dirigentes, espinafra jogadores e utiliza as redes sociais como divã. É o clássico corneta. Esse é passional, enlouquecido e se no passado condenou e execrou Marco Antonio Eberlin e Hélio dos Anjos, hoje ele coloca os dois personagens no pedestal. Esse é uma figura tipica do futebol. Não se importa com quem está no poder ou quem ocupa a presidência. Ele quer felicidade plena. Custe o que custar. Deve encontrar-se em êxtase pela fase pontepretana.
O segundo tipo, no entanto, adota a política interna do clube como força motriz. Se o time ganha fica “meio” feliz e se time perde ele de certa forma, lá no fundo, ele não fica triste não. Vislumbra na derrota a oportunidade de espalhar as ideias. Aponta mil e um defeitos do time e faz da sua rede social um palanque. E vou escrever em caixa alta para que ninguém tenha dúvida: ESTE PERFIL DE TORCEDOR EXISTE NOS DOIS GRUPOS POLÍTICOS EXISTENTES NA PONTE PRETA.
Você pode questionar: “Então esses torcedores torcem contra o time?”. Resposta objetiva e certeira: sim. E tem esse tipo de torcedor nos dois espectros políticos da Ponte Preta. Na atualidade, dê um passeio em centenas ou milhares de perfis de torcedores pontepretanos que hoje são oposicionistas e verá do que falo.
Qual a sua postura principal nas vitórias? O silêncio. Não escreve nada, não comemora, não celebra nada no mundo virtual. No trato pessoal ele até mostra felicidade. Mas sua frase de análise é sempre “O time ganhou mas…” Ele faz o climão na torcida.
Se eu fosse defini-lo em um rosto seria o personagem “Zeca Pimenteira”, interpretado por Jeovane Nunes no extinto programa “Zorra Total”. Existe esse tipo hoje no grupo oposicionista como existiu na época em que a atual situação era oposição. Detalhe: não são poucos. De um lado ou de outro.
A Ponte Preta venceu o Sport. Pode e deve comemorar. Sua torcida não pode desperdiçar a chance de ser feliz. Só que para retornar ao olimpo em 2023 é urgente diminuir a quantidade de “Zeca´s Pimenteiras” que sentam na arquibancada. Só querem o poder pelo poder enquanto a maioria quer e deseja vitórias, titulos e conquistas.
Disputas políticas são urgentes e necessárias. Mas em dados momentos é preciso que todos remem para o mesmo barco. Especialmente nas vitórias. Só assim a Ponte Preta ficará ainda mais gigante. E feliz.
(Elias Aredes Junior- com foto de Álvaro Junior-Pontepress)