Futebol é debate diário. Troca de ideias constantes para se chegar ao denominador comum. Não seria diferente na Ponte Preta. Diante do saldo de uma vitória em sete jogos e ausência de um padrão de jogo claro e cristalino na Série B do Campeonato Brasileiro, algo deve ser perguntado: quem tem razão? Sim, porque três grupos estão formados nesta análise sobre o trabalho do técnico Felipe Moreira. Um embate está sendo travado e que pode produzir feridas sem possibilidade de cicatrização.
O primeiro grupo é daqueles que defendem o trabalho do treinador. Como as Torcidas Organizadas não fizeram nenhuma manifestação contundente, entende-se que estes grupos dão apoio e esperam pelos frutos a serem colhidos pela Comissão Técnica. Estão juntos com os componentes da Diretoria Executiva capitaneada por Marco Antonio Eberlin. Que já concedeu demonstrações tácitas de apoio. E que está ali para o que der e vier.
O segundo grupo é formado pelas redes sociais. Torcedores comuns que protestam, reclamam, criticam e não querem a continuidade do trabalho da atual Comissão Técnica. O terceiro grupo eu chamo de ansiosos. São torcedores que não são favoráveis ou contrários ao técnico. Eles só querem que o time ganhe. O embate está nestes dois primeiros grupos.
Que parece chegar a um impasse. Um clima ácido e sem possibilidade de conciliação. Pessoas dispostas a comemorar a sua vitória de maneira escandalosa e com desejo de espezinhar o oponente.
Explico: vamos tecer um prognóstico otimista. Digamos que a Ponte Preta embale uma sequência de quatro a cinco vitórias na Série B e passe a brigar pelo acesso. Felipe Moreira é confirmado no comando da equipe e o time passa a ser competitivo.
Alguém tem dúvida que os defensores de Felipe Moreira não vão dizer aos quatro cantos frases como “Eu avisei”, “Nós entendemos de futebol e vocês não sabem nada”? O inverso também é verdadeiro. Caso o quadro não mude e seja necessária uma alteração, os detratores de Felipe também vão alardear aos quatro cantos que ele é isso, aquilo, etc. Resumo: todos estão em busca de prevalecer a sua razão e não buscar a felicidade coletiva da Ponte Preta.
Independente se Felipe Moreira dará certo ou não, se o seu esquema tático é o correto, a prioridade atual é evitar que as fissuras dentro da comunidade pontepretana sejam irreversíveis. Porque não há sentido comemorar conquistas em uma família dividida e fraturada. Quem avisa amigo é.
(Elias Aredes Junior-Com foto de Marcos Ribolli- Pontepress)