Ponte Preta e a sua luta para exterminar com a indiferença. Dos adversários e das arquibancadas

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A Ponte Preta encontra-se em processo de preparação para 2017. Faz seu último jogo no domingo pelo Brasileirão contra o Coritiba, mas as contratações estão a todo vapor. Felipe Moreira é o novo treinador e isto desagrada ao torcedor. Ele quer um time forte, competitivo e com técnico renomado, especialmente para superar os desafios do primeiro semestre.

Qual o motivo? A obsessão por um título. O torcedor da Ponte Preta, mais do que recusar piadas e gozações indigestas sobre o assunto, não se conforma em verificar que neste século equipes como Santo André, Paulista, Ituano e o XV de Piracicaba já celebraram conquistas relevantes. Enquanto isso, a Macaca parece sócia da pasmaceira sem sentido. Contenta-se em participar do Brasileirão e em fazer do Paulistão um laboratório.

A justificativa dos dirigentes está na ponta da língua. Participar da divisão de elite é o passaporte adequado para receitas robustas e projeção na mídia. Um rebaixamento à Série B traria consequências financeiras imprevisíveis e indiretamente dificultaria a montagem de uma base forte para o Campeonato Paulista, o que hoje na prática não acontece. Pense no professor pardal ou no laboratório de Dexter e chegará a uma conclusão.

Sérgio Carnielli colocar a mão no bolso? Esqueça. Após passar anos e anos com realização de aportes para montagem de elencos, o presidente de honra quer porque quer fazer a Ponte Preta andar com suas próprias pernas, sem depender do seu bolso. Só que isso provoca frustração no torcedor pontepretano, cansado desta rotina vivida no futebol brasileiro de papel de coadjuvante de novela: aparece nos créditos, mas por vezes o público sequer lembra do personagem.

Sair do labirinto não é fácil. Deveria existir um encontro de interesses. Por parte da diretoria, especialmente na parte administrativa, todos deveriam entender que alguns campeonatos são mais diferentes do que outros. Que é preciso compor um elenco robusto para sustentar o calendário pesado de 2017 e proporcionar a chance de priorizar e gastar energias em um ou dois alvos. Nas arquibancadas, o sonho é priorizar o Paulistão, Sul-Americana e a Copa do Brasil como o trajeto adequado para participação em finais. Pense: mesmo se vier a frustração de derrota em uma semifinal ou final nas três competições citadas, tenho convicção de que a torcida suportaria uma colocação no Brasileirão entre o 10º ou o 15º lugar. E por que aguentaria? Por que em algum momento na temporada o time fez a torcida sonhar. E quem sonha um dia transforma tudo em realidade.

Hoje, no atual planejamento pontepretano, o time não produz raiva e nem alegria e sim indiferença nos adversários. Se isso um dia acontecer entre os torcedores que frequentam as arquibancadas é o começo do fim. Isso precisa ser interrompido. Há tempo para inverter o quadro. Basta querer.

(análise feita por Elias Aredes Junior)