Para os torcedores conscientes o final de semana, foi desesperador para o futebol campineiro. O Guarani patinou, perdeu do Juventude e agora vai para um confronto de vida ou morte diante do CSA, especialmente para o técnico Umberto Louzer.
Em casa, a Ponte Preta comemorou (!) o primeiro ponto como mandante na Série B no empate com o Oeste. Tem nova oportunidade diante do Goiás. Os dois jogos têm um aspecto em comum: as equipes produziram pouco. Quase nada. Candidatos muito mais a disputar o rebaixamento do que em lutar pelo acesso.
O Bugre tem 10 pontos e a Macaca oito. Os dois, somados, não chegam aos pés do líder Fortaleza com 22 pontos e colam no CSA. Nunca esquecer: o time alagoano estava na Série C do Brasileirão em 2017. Pode mudar? Não há como duvidar. O futebol é traiçoeiro e quem é líder hoje pode quase ser rebaixado amanhã. Vide o Guarani no ano passado.
O papo é outro. Preocupante. É o estado de anestesia que encontram-se as duas torcidas. Existem os formadores de opinião e os militantes de sempre, aqueles que utilizam as redes sociais para bradarem sua indignação. Não são ouvidos.
Ao andar nas ruas, conversar com as pessoas e verificar os posts, a frase é única tanto de bugrinos como de pontepretanos: “ah, vamos lutar para não cair”, “se ficar na Série B está de bom tamanho”. Como assim? Em que planeta estamos?
Se o diagnóstico fosse decretado com os times na divisão de elite, o posicionamento seria compreensível. Afinal, a disparidade na distribuição de cotas arrebenta com o sonho de qualquer um. Até de alguns gigantes.
Tal teoria vai por água abaixo na Série B. Lembre-se que, em reunião feita na CBF, a maioria dos clubes optaram por uma distribuição igualitária de cotas, no valor de R$ 6 milhões. Tire da conta Coritiba, recentemente rebaixamento, e o Goiás, que ainda goza de privilégios por encontrar-se na antiga formatação do clube dos 13.
A conjuntura não evitaria as constatações que 18 equipes receberiam dinheiro igual para brigar por duas vagas na divisão de elite e por evitar o retorno à terceirona nacional.
E o que o futebol de Campinas ofereceu nesta largada? Campanhas pífias e que obrigará uma performance de recuperação, seja para buscar o olimpo ou para fugir do inferno.
Na lata: culpa exclusiva dos dirigentes. Dos estatutários em primeira medida, eleitos para administrarem recursos, melhorarem a estrutura dos clubes e oferecerem condições para que os responsáveis pelo departamento de futebol possam fazer muito com pouco. Seria cômodo apontar o dedo aos dirigentes remunerados. Claro, eles merecem críticas. Quem levantou o dedo, entretanto, e concordou com as cotas igualitárias foram os dirigente eleitos. Desde o início eles sabiam da responsabilidade.
É hora de acordar. Amenizar o prejuízo e encarar os fatos. Temos dois times limitados para a competição e que precisam de ajustes severos. Para evitar o que ninguém deseja: um dérbi na Série C. Mãos à obra.
(análise feita por Elias Aredes Junior)