Ponte Preta e Guarani são de Campinas. Suas demandas são desprezadas pelos deputados federais eleitos com o voto dos campineiros. Dá para entender?

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Quem realizar a leitura deste artigo faça com calma e paciência. Não tire conclusões precipitadas. Especialmente porque o assunto tratado aqui será sobre política, tema desgastado por motivos que não cabem aqui enumerar. O fato é que Ponte Preta e Guarani são patrimônios públicos da cidade de Campinas.

Possuem demandas específicas para serem resolvidas com o poder central e um aspecto chama atenção: a omissão dos deputados federais eleitos com o voto dos campineiros em relação aos dois clubes. Automaticamente, escolhidos por intermédio também dos votos de bugrinos e pontepretanos. São eles: Carlos Sampaio (PSDB), Vanderlei Macris (PSDB), Luiz Lauro Filho (PSB), Roberto Alves (PRB), Paulo Freire (PP) e Ângela Perugini (PT).

Campinas está com 1,1 milhão de habitantes. Bugrinos e pontepretanos estão inseridos nas principais competições do Brasil e tem demandas. O Guarani, vítima de gestões incompetentes e equivocadas tem uma divida previdenciária que em números de abril de 2017 totalizava R$ 34.474.615. Em fevereiro de 2015, a divida bugrina com a União era de R$ 101 milhões. Deve ser maior.

Nunca ignorar que o montante abatido do Guarani pelo dinheiro do empresário Roberto Graziano era referente a dividas trabalhistas. E sem a resolução das dividas tributárias, o Guarani não tem acesso a Certidão Negativa de Débitos e também ao contrato de patrocínio com a Caixa Econômica Federal. Um prejuízo considerável. E os deputados nem dão bola.

Se a Macaca tem as dívidas tributárias administradas de maneira competente, é fato que ela tenta viabilizar um novo Centro de Treinamento para as categorias de base. E não encontra um local devido as dificuldades burocráticas e de relacionamento para viabilizar o processo.

Pergunta que não quer calar: o que fazem os seis deputados federais eleitos com os votos dos campineiros para ajudar em tais situações? Pelo que está registrado, nada. E se algo foi feito deveria dar a devida publicidade.

Quem conhece o mundo político sabe que os parlamentares falham clamorosamente por deixar de propor uma discussão ou de interferirem em tais processos. No caso tributário bugrino, qualquer solução de renogociação e refinanciamento passam pela Câmara dos Deputados.

O Guarani, por mais que queiramos ou não está inserido na discussão das dividas dos clubes brasileiros. Automaticamente, os deputados campineiros deveriam pelo menos dar publicidade ao que fazem para viabilizar um projeto que não seja bom para o Guarani, para os demais clubes e a sociedade, representada pelo estado brasileiro.

No caso da Macaca, os prefeitos são cabos eleitorais ativos dos deputados. Automaticamente, levar o pleito de um novo CT aos prefeitos da região metropolitana de Campinas não seria nada mais do que obrigação dos parlamentares.

Recordem que os clubes não tem qualquer pudor em elegerem representantes para defenderem seus interesses. Eurico Miranda fez isso muitos anos pelo Vasco e o mesmo pode-se dizer de Márcio Braga. E alguém acha que Andrez Sanchéz é diferente em relação ao Corinthians? Não, não é.

A omissão dos parlamentares federais aos clubes de Campinas é apenas um sintoma crônico presente na vida brasileira: esporte é bom como catapulta de votos mas nunca como política de estado. E quem paga o pato é eleitor, que no fundo é torcedor, testemunha do estado de degradação do país e do verdadeiro papel da política.

(análise feita por Elias Aredes Junior)