Se existe um assunto que gera controvérsia é como definir a palavra sorte.
Se você for ao dicionário verá que a definição em campo é aquela que define sorte como a força invencível a que se atribuem o rumo e os diversos acontecimentos da vida; destino, fado.
Outros dizem que sorte é o encontro da oportunidade com a capacidade. Outros apostam que a sorte escolhe alguns e despreza outros. Há também quem aposte que a sorte é um devaneio, uma desculpa para aqueles que não são premiados pelo destino.
Vamos concordar que em conjuntura normal ninguém seria discriminado se afirmasse que a sorte acompanhou a Ponte Preta no jogo de ontem contra o Novorizontino.
Afinal, saiu perdendo por 1 a 0, com um gol feito por Ligger e no restante do tempo o time passou por um sufoco danado. O time da casa pressionou, criou oportunidade e a rede só não balançou por causa do goleiro Caíque França.
É fato que o time sentiu demais as ausências de Felipe Amaral e Léo Naldi. Então, o gol feito por Lucca no final da partida foi um golpe de sorte. Um presente dos deuses dos futebol para quem jogou mal. Faço a pergunta: será?
Veja só. Nada no futebol é de graça. E em um esporte de alto rendimento, o treinador pensa e treina o seu time em cima de diversos cenários. Especialmente quando o time joga mal. É preciso contar com artificios e truques que compensem a momentânea debilidade técnica.
E o gol feito por Lucca não foi golpe de sorte. Foi o super trunfo, o zap colocado na manga para ser acionado em caso de emergência.
Recorde: o escanteio foi batido, o primeiro toque na bola e o complemento de Lucca. Sério que você acha que tudo aquilo foi acaso?
Que não há treinos exaustivos de bola parada? Que até o posicionamento de Lucca ensaiado? Ou que os analistas de desempenho da Ponte Preta não perceberam possiveis debilidades do Novorizontino na bola parada e fizeram a descrição minuciosa para a Comissão Técnica?
Aposto que tudo isso aconteceu. E no final das contas o futebol de qualidade não apareceu. Mas sim o trabalho. Que faz muitas vezes lances de surgiram de modo mecânico ou que deixam o jogador previamente antenado.
O jogo de ontem foi mais um sinal de que o trabalho de Hélio dos Anjos caminha para um estágio interessante de solidez. Acredite: não é pouco.
(Elias Aredes Junior com foto de Gustavo Ribeiro-Novorizontino)