Na crise que assola a Ponte Preta não há inocentes. Todos são culpados. Ser obrigado a contentar-se a disputar o torneio do interior e lutar por uma vaga na Copa do Brasil é pouco para uma torcida com sede de resultados gloriosos.
Criticamos Sebastião Arcanjo, o Tiaozinho, por sua ineficiência na montagem da equipe e da infraestrutura do futebol; mesmo padrão de avaliação adotado com a gestão de José Armando Abdalla Junior.
Só não podemos esquecer: o marco do desastre e a perda de protagonismo foi o ano de 2017. E que teve participação de muitos. Inclusive de muitos que hoje posam de vestais nas redes sociais mas que foram sócios do desastre.
Equipes médias e pequenas devem destinar o campeonato regional o tamanho que ele realmente importa: o inicio do planejamento que, se der certo, pode e deve ter continuidade.
Isso, porém, não exime o clube de aperfeiçoar os procedimentos para o campeonato nacional, a razão de ser e de sobreviver de qualquer clube. Paulistão a exigência técnica é uma; para a divisão de elite é outra.
E naquele campeonato, a diretoria executiva, comandada por Vanderlei Pereira, abusou do direito de errar.
Fez contratações equivocadas e demorou para trocar o comando técnico; permitiu a instabilidade emocional que culminou com o desastre e confusão no jogo contra o Vitória. E posteriormente, tal desorientação administrativa permitiu uma enxurrada de ações trabalhistas motivadas por falta de pagamento de direitos trabalhistas. Algo, aliás já relatado neste portal.
Consequência obvia: com o rebaixamento, o orçamento tem drástica redução. E não dá conta de pagar os compromissos firmados de 2018 em diante e aqueles que ficaram para trás em 2017.
O processo de reconstrução é difícil. Pesaroso. José Armando Abdalla e Tiãozinho merecem criticas e reparos em relação as suas administrações. Mas não esqueça: tudo começou com um orçamento robusto (R$ 69 milhões) temperada por erros e mais erros administrativos. O ano jamais pode cair no esquecimento: 2017. Nem seus protagonistas.
(Elias Aredes Junior)