Quando o orçamento doméstico aperta muitos planos são adiados. A compra do carro novo, a aquisição de uma casa na praia ou a matricula dos filhos em colégios de alto quilate.
A ordem é sobreviver.
Viver com aquilo que se tem. Sem sustos ou exageros. Depois busca-se sobras de recursos para um investimento aqui e ali.
Pois a diretoria da Ponte Preta comporta-se como esse chefe de família. Quando coloca ênfase nas renovações de contrato- e muitas vezes com redução salarial- não é com a meta única de construir uma base para o restante da temporada.
O objetivo de manutenção do elenco existe, é verdade, mas tem algo da vida real que está no futebol: muitas vezes é melhor negociar com quem você conhece do que buscar comprar de outros fornecedores.
Além disso, você deve acreditar de que aquilo que não funciona à primeira vista, com um acerto aqui e ali pode dar caldo. Está é uma boa justificativa para a Alvinegra sustentar boa parte da formação da zaga, que tomou 49 gols, atrás apenas dos rebaixados Paraná (50) e Oeste (60). Com recursos abundantes, tenho convicção de que a história seria diferente.
Os números não fazem o técnico Fábio Moreno mudar de ideia. “Acho que a zaga da Ponte Preta foi muito criticada ao longo do campeonato, e eu todas as vezes tentei sair em defesa deles, porque eu entendo que um sistema defensivo não é feito de dois zagueiros, e sim de dez mais o goleiro. Muitas das vezes a cobrança era exagerada, pontual e direcionada só aos dois zagueiros”, analisou o treinador.
Com dinheiro, o discurso e o enfoque seria outro. Com vacas magras à vista, o jeito é aproveitar o que está à mão e fazer muito com pouco. Novos tempos.
(Elias Aredes Junior- foto de Figueirense Futebol Clube-Divulgação)