Ponte Preta faz corrida contra o tempo antes da largada no Brasileirão

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Não precisa ser nenhum especialista em futebol para entender a tarefa urgente da Ponte Preta, que é a de lutar contra o tempo e viabilizar uma equipe competitiva antes da estreia no Campeonato Brasileiro contra o Figueirense. O sinal vermelho acendeu de vez após o empate por 1 a 1 contra a Caldense, válido pela Copa do Brasil.

Os zagueiros não se mostraram confiáveis, o meio campo patina na questão da criação e deixa Elton deixa sozinho para efetuar as viradas de jogo e Wellington Paulista, apesar de dedicado, esforçado e com sede de gol não encontrou um parceiro a altura para as suas ambições. Clayson é um atleta sem confiança e responsável por inviabilizar qualquer tentativa de jogada.

Por enquanto, elogie-se o goleiro João Carlos, os laterais Jeferson e Reinaldo, o volante Elton e um crédito de confiança sobre Felipe Azevedo e Ravanelli. Só. A Macaca chega as portas do Campeonato Brasileiro sem opções para modificar o panorama das partidas.

Só que algo precisa ser dito: Alexandre Gallo precisa aprimorar seu repertório. O seu time é previsível. Até nas substituições. Não, não recrimino o fato da equipe jogar atrás. A Macaca estará no meio de gigantes cheio de jogadores e recursos e nada mais natural do que tomar as devidas precauções.

Mas mesmo com tal recato, é preciso arquitetar algumas surpresas. Se você encara um exército, a tática de guerrilha, abarrotada de armadilhas é a melhor solução. Pergunta: o que temos colocado á disposição por Alexandre Gallo? Jogadas ensaiadas? Posicionamentos diferenciados no gramado? Alterações formatadas para características diferentes dos oponentes? Nada disso. Nino Paraíba, em disparada pelos lados do campo é algo manjado. Trocar Ravanelli por Clayson também. Por que não os dois armadores em casos extremos? Alexandre Gallo comporta-se como dono de restaurante que só tem uma opção de prato comercial. Se o cliente pede o acréscimo ou retirada de algum ingrediente, ele não sabe o que fazer.

Guardada as devidas proporções, Alexandre Gallo deveria conduzir um trabalho nos moldes de Roger Machado, hoje no Grêmio. Ele assumiu uma equipe limitada, com poucas opções de banco em comparações com os concorrentes do mesmo porte. O antecessor, Luis Felipe Scolari apostava que não restava outra saída a não ser luta contra o rebaixamento. Pois em pouco tempo o o atual técnico gremista definiu um time titular, deu padrão de jogo e condicionou determinadas jogadas que anteriormente seriam impensáveis. Exemplo: veja a maneira como o Grêmio toca a bola de pé em pé e evoluiu no campo de ataque.

Alexandre Gallo teria capacidade de formatar padrão parecido? Pode até ser. Uma constatação é inequívoca: o tempo do acerto está próximo do fim.

(análise feita por Elias Aredes Junior- foto de Fábio Leoni-Pontepress)