A torcida da Ponte Preta cobra de modo veemente a montagem de um time competitivo para o Campeonato Paulista, cuja estreia será no dia 05 de fevereiro contra a Ferroviária, no Estádio Moisés Lucarelli.
A falta de contratações de impacto e a decisão do presidente pontepretano Vanderlei Pereira de estabelecer um teto salarial de R$ 100 mil mensais impede a Macaca de disputar de igual para igual com os grandes “players” do futebol nacional. Será que tal conceito corresponde a realidade? Daria para fazer mais e melhor?
O quadro apresentado fez este jornalista do Só Derbi sair a campo para pesquisar até que ponto o poderio dos adversários atrapalha a Macaca. Chegamos a uma conclusão complexa e que será desmembrada em dois posts.
A primeira é a de que financeiramente, a Federação Paulista resolveu reconhecer de fato e de direito a Alvinegra campineira como a quinta força do Estado de São Paulo. Resultado: hoje a distância da Macaca em relação ao que é pago aos quatro gigantes diminuiu.
Duro é constatar que o dinheiro é insuficiente devido ao fato de que os jogadores ambicionados pelo clube não estão no nicho de mercado dos seus adversários no Paulistão (Santo André, Ferroviária, Ituano, Audax) e sim nos clubes de médio e pequeno porte nacional que na parte inicial da temporada disputam outros estaduais mais ficam calibrados pelo dinheiro maior pago pela televisão no Brasileirão. Resumo da ópera: os estaduais, apesar de serem importantes perderam espaço para o Campeonato Brasileiro, considerado o alicerce financeiro do futebol local.
No futebol paulista, desde 2012, primeiro ano na década em que a Ponte Preta teve no calendário as duas divisões no estadual e no Brasileiro para disputar os clubes grandes levaram R$ 10 milhões cada e o restante – o que incluía a Ponte Preta- ficaram com R$ 1,920 milhões cada um.
Acompanhe agora a distribuição de cotas ano a ano no Paulistão:
2013- Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos- R$ 10,815 milhões
Os 16 restantes- R$ 2,115 milhões
2014- Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos – R$ 14 milhões
Os 16 restantes – R$ 2,6 milhões
2015- Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos – R$ 14,2 milhões
Os outros 16 participantes – R$ 2,75 milhões
2016- Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos – R$ 17 milhões
Os outros 16 participantes – R$ 3,3 milhões
2017- Santos, São Paulo, Corinthians e Palmeiras – R$ 17 milhões
Ponte Preta – R$ 5 milhões
11 participantes – R$ 3,3 milhões
Se levarmos em consideração o período abordado, o crescimento de receita dos clubes grandes foi de 58,8% enquanto que a Ponte Preta saiu de R$ 1,920 milhões para R$ 5 milhões, um acréscimo de 160,41%. Pegue o indice inflacionário do IGP-M no período, de 39,74% e verá que a evolução no Paulistão é real e concreta.
Ao adotar como parâmetro o percentual sobre o montante distribuído, o ganho é real: em 2012, os clubes ganharam R$ 70,720 milhões e a Ponte Preta ficou com 2,71% da quantia. Neste ano, o percentual será de 4,58%.
Duro é que os jogadores ambicionados e desejados pela Macaca estão em concorrentes do Brasileirão. Neste instante, a desigualdade forjada a partir de maio fala mais alto.
(reportagem, texto e análise de Elias Aredes Junior)