Graças ao trabalho do departamento jurídico da Ponte Preta, as confusões ocorridas no jogo contra o Paraná geraram uma multa de apenas R$ 2 mil. Uma vitória para quem corria o risco de perder mando de jogo. Seria discurso piegas e sem nexo afirmar que toda a cobrança deveria ser direcionada apenas e tão somente às torcidas organizadas. O que não pode ser esquecido é a falta de conhecimento tanto da diretoria pontepretana como da cúpula de segurança pública sobre o que é como deve ser tratado a torcida organizada.
Que coloquem de uma vez por todas na cabeça: as torcidas organizadas têm aliadas em todos os cantos do Brasil e se a torcida do Guarani não pode entrar no dérbi do próximo dia 10 de agosto fará com seus aliados. O que certamente aconteceu diante do Paraná.
Torcida organizada não é sinônimo de crime. Vamos repetir o dado batido e revelador: de cada 100 torcedores organizados, seis ficam envolvidos em eventos violentos, segundo dados do sociólogo Mauricio Murad. E boa parte dos integrantes das torcidas são das classes C,D e E. Planejamento, inteligência e repressão são ingredientes necessários em determinadas ocasiões. Mas diálogo é necessário.
Não para estabelecer relação promiscua, mas para vislumbrar que cada jogo merece atenção redobrada e que cada torcida visitante merece tratamento meticuloso.
Se nada disso for feito uma hora ou outra novas confusões serão registradas. E não dá para assegurar que outra multa será aplicada. Melhor agir com sabedoria para não chorar depois.
(Elias Aredes Junior)