Antes da estreia no Campeonato Paulista contra o Oeste, sábado, na casa do adversário, a comissão técnica da Ponte Preta decidiu fechar os treinamentos. A justificativa é para que os atletas tenham privacidade com os jogadores para finalizar a preparação alvinegra, além de testar variações e ensaiar jogadas de bola parada.
Não é a primeira vez que tal fato acontece. Na reta final do Campeonato Brasileiro do ano passado, vários treinamentos comandados por Felipe Moreira foram fechados. Na época, como justificativa, um componente da comissão técnica defendeu a medida por causa da intensa cobertura da internet, em serviços de lance a lance que acompanham tudo.
A ânsia da Ponte Preta em esconder treinamentos, ao invés de demonstrar cuidado com privacidade, revela um sentimento de medo. Insegurança com o potencial dos jogadores contratados. Insegurança sobre o futuro e a reação da torcida caso algo dê errado. Um treinamento aberto e com atletas com rendimento abaixo do esperado fariam com os setoristas retratassem os fatos ao seu público. A torcida ficaria chateada e exigiria mudanças e um clima de pressão que poderia gerar consequências negativas em uma competição em que oito serão classificados á fase decisiva e seis serão rebaixados.
Pode ser tudo uma ilação? Até pode. Mas ao invés de procurar inimigos e adversários nas pessoas com microfone e caneta na mão, seria de bom tom a diretoria e a comissão técnica pontepretana trabalhar, estabelecer metas e focar no seu principal oponente: os outros 19 participantes da Série A-1.