Ponte Preta: uma onda de euforia esconde um mar de incompetência e tristeza

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Existem diversas formas de analisar a campanha da Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro. Nenhuma está errada. Todas estão corretas. Posso dizer que os 53 pontos somados são a comprovação do aproveitamento impecável nos últimos seis jogos, com cinco vitórias e um empate. Esticaria o tapete vermelho para Gilson Kleina, capaz de pegar um grupo desacreditado, sem esperança e transformá-los em guerreiros. Limitados. Mas dedicados. A cara da Ponte Preta.

Poderia ainda exibir os números defensivos. A defesa menos vazada da Série B com apenas 30 gols sofridos em 35 jogos, um gol a frente do Vila Nova, goleado pelo Brasil de Pelotas. Um paredão defensivo construído por Doriva, mantido por João Brigatti e Marcelo Chamusca e aperfeiçoado por Kleina.

Como ignorar o talento de André Luis, autor de 11 gols e dotado de uma força e velocidade admiráveis? Seria um insensível se desprezasse o fato que a equipe somou quatro pontos diante do principal rival. Um escândalo relegar ao segundo plano o aproveitamento como visitante, com 50,8%, o terceiro melhor da Série B.

Dados e estatísticas para inebriar qualquer desavisado. Esta Ponte Preta foi a mesma que torturou seu torcedor com ausência de contratações em boa parte da Série B. É a Alvinegra que disputou 18 jogos em casa e conquistou apenas 27 pontos, ou seja, 50% de aproveitamento. É a Ponte Preta incapaz de segurar seus jogadores e que já sabe da saída de André Luis ao Corinthians em 2019.

É a Ponte Preta ineficiente na hora de unir  alas políticas. Destroçada pela vaidade de dirigentes, conselheiros e torcedores. O “EU” vence de goleada do “Nós”. Reuniões de Conselho Deliberativo utilitários para cercear o direito de expressão da oposição e abrir caminho para a permanência da situação por tempo indefinido. É o time mais velho do Brasil capaz de abrigar um presidente de honra focado na manutenção da sua influencia, mas sem disposição  para estender um braço na busca de um entendimento.

No fundo, no fundo, a Ponte Preta atual é uma onda de euforia cuja espuma esconde um mar repleto de incompetência, ressentimento e tristeza.

(análise feita por Elias Aredes Junior)