Por enquanto, nada dá certo para a Ponte Preta na Série B. Até quando?

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Nada dá certo na Ponte Preta. O gramado não responde as medidas realizadas nos gabinetes. Os salários foram colocados em dia, dívidas pesadas são pagas, o déficit foi reduzido mas tudo isso parece um esforço em vão diante da constatação de que o time está na zona do rebaixamento.

Somos otimistas e acreditamos que em poucas rodadas isto fará parte do passado. Assim como aconteceu no ano passado sob o comando de Hélio dos Anjos. Mas é impossível ignorar: o que acontece no gramado é péssimo em todos os sentidos.

Dividimos a derrota contra o Londrina por 3 a 0 em duas partes. Teve chances no primeiro tempo? A defesa pareceu melhor organizada? Tudo isso é verdadeiro. Mas não há brilho, lampejo, não existe suspiro.

Os momentos mais brilhantes da equipe são formados por uma produção opaca e sem imaginação. E as soluções buscadas não dão sentido. Ou alguém considera normal colocar Elvis como falso centroavante? Não, não é normal.

Veio o segundo tempo. A colocação de Mailton como integrante do meio-campo e a retirada de um inoperante Cássio Gabriel parecia ser uma boa solução. Até que Felipinho comete uma segunda falta e é expulso. Em condições normais, era normal formar duas linhas de quatro jogadores, colocar um jogador no contra-ataque e bastava esperar o tempo passar.

Eis que surge um pênalti e João Paulo faz o primeiro. Matheus Lucas faz o que quer e faz mais dois gols. Placar de 3 a 0 e clima de pânico instalado no torcedor pontepretano. Redes sociais são invadidas por torcedores comuns e pedem a cabeça do técnico interino Felipe Moreira. Criticam de modo veemente o presidente Marco Antonio Eberlin. Os resultados negativos embasam as criticas.

Nesta tempestade existe um derbi no meio do caminho. A pressão fica ainda mais intensa. Jogar em casa com todo a torcida do seu lado eleva ainda mais a obrigação de vencer o principal clássico do interior de São Paulo.

Como ter otimismo diante de quadro tão delicado? Alguns passos é possível advinhar sem fazer qualquer esforço. Independente dos treinamentos e da escalação que será feita nesta semana é quase certo que em boa parte do tempo Felipe Moreira não colocará o time a frente contra o Guarani.

Primeiro porque não é de seu perfil. Em segundo lugar porque todo o trabalho será para recuperar a tempo tanto Pablo Dyego  como o centroavante Jeh, dois jogadores de força e velocidade e que precisam de espaço para atuarem no contra-ataque.

Inevitável também pensar que será repetido o meio-campo escalado com Felipe Amaral, Léo Naldi e Matheus Jesus e assim liberar o talento de Elvis. Mas nada dará certo no dérbi 205 com um requisito fundamental: presença maciça do torcedor.

Sem o seu incentivo e apoio condicional, o que já é difícil – jogar sob pressão contra o principal- poderá ficar ainda mais difícil.

Então podemos concluir que a Macaca é zebra? Nada disso. Quantos dérbis já foram realizados em que uma equipe chegou em situação melhor e saiu vencedora? Sem contar que desde 2009 o saldo no Majestoso é amplamente favorável a Macaca.

Tudo está contra. Nada dá certo. O rumo parece incerto. A saída da Ponte Preta é agarrar-se a mística e as surpresas do futebol para dar a volta por cima a partir do jogo que vale um campeonato. Quem sabe a partir daí tudo passa a dar certo na Associação Atlética Ponte Preta.

(Elias Aredes Junior- com foto de Felipe Barbosa-Londrina Esporte Clube)