Ao comparecer na quinta-feira para a cobertura jornalistica do lançamento de um projeto de lei de Iniciativa Popular e que envolve Ponte Preta, Guarani e Liga Campineira de Futebol, confesso que por dentro saí triste e decepcionado do local. O evento serviu para chegar a conclusão porque os clubes de Campinas estão nesta situação: falta paixão. Dos dirigentes, dos ex-jogadores e de nós, componentes da imprensa. Ausência de amor e de engajamento. Faltou aos presentes naquela cerimônia que futebol campineiro não é um negócio. Envolve muito mais. Faltam homens e mulheres visionários, criativos, que enxerguem além do tempo
A imprensa tem boa parcela de culpa. Encaram como negócio. Traduzindo: audiência, patrocinio e dinheiro. Não, não peço para ninguém trabalhar de graça. Nada disso. Mas no exercício da profissão de jornalista é preciso pensar mais em “Nós” do que no eu. Vimos discursos que foram citados ex-jogadores, dirigentes e não citaram o principal: o torcedor. Homem e mulheres. Não se falou em Conceição, Donana, Bozó…
Ninguém citou aquele que paga ingresso. É triste. Vi o comportamento de homens frios, distantes da paixão. Inclusive os ex-jogadores. Para eles, o futebol e os torcedores são uma mercadoria. Nada além disso. O problema não é o Guarani. Nem a Ponte Preta. Não são os torcedores e sim, boa parte daqueles que estavam sentados no salão daquele hotel. Existem exceçõe. Nenê Zini. Apesar de ser empresário e gestor do Primavera, mostra uma preocupação genuína em relação ao futebol local. O discurso de Eberlin foi bom. Mas o seu comportamento por não aceitar críticas dos torcedores das redes sociais prejudica a aceitação do seu conteúdo. Fumagalli , por sua vez, tem noção do seu papel. Como disse, são exceções que confirmam a regra.
Para alguns, o projeto de lei é a luz no fim do túnel. Para outros, foi o início do velório definitivo do futebol local. Vamos aguardar os acontecimentos.
(Elias Aredes Junior com foto de Arquivo-Só Derbi)