Cada time tem sua caracteristica. O seu DNA. Aquilo que traz o torcedor ao estádio. Tem equipes que conseguiram títulos e feitos com atuações voltadas para a marcação e um espirito defensivista. É do jogo. Por outro lado, atuar de modo agressivo é a cultura de muitos clubes.
O torcedor com conhecimento da história e trajetória do Guarani sabe a trilha: time ofensivo, destemido, que encurrala o oponente e faz o resultado.
Assim eram os times de 1978, 1981, 1982 e até o de 1986. Detalhe histórico: antes da lesão de Barbieri, a equipe dirigida por Carlos Gainete, em 1986, tinha em vários momentos uma maneira de atuar. Após a lesão do volante, foi preciso fazer adaptações e uma delas foi apostar na velocidade de João Paulo e em um meio campo solidário. Deu certo.
Dinheiro não é justificativa para abraçar a retrança. Em 2009 e 2012, o técnico Oswaldo Alvarez assumiu o Guarani em condições financeiras precárias e mesmo viabilizou uma equipe capaz de atacar no Brinco de Ouro e pontuar fora de casa com equilibrio.
Em 2018, Umberto Louzer estava no começo da trajetória e era ofensivo. Com o passar do tempo, soube acoplar mecanismos defensivos e que em determinados clubes prevaleceram. No Guarani, ele tentou emplacar esta versão. Por desafios internos e por dificuldades de se encaixar com aquilo que espera o torcedor bugrino, sua estadia foi encurtada.
Fiz todo este preâmbulo para dizer que Claudinei Oliveira é um profissional conhecido por sua trajetória defensiva. Foi assim que obteve acesso com o Avaí. Agora foi suficiente para escapar do tormento da Série A-2. Mas isto vai satisfazer a torcida bugrina? Com este elenco é possível atuar de modo mais assertivo? Estas perguntas só o treinador poderá responder. Com bom futebol. E vitórias. Vamos aguardar.
(Elias Aredes Junior-Foto de Arquivo GFC)