Aos 38 anos, Fumagalli faz história no Guarani. Excetuando-se a equipe de 2012, quando ajudou na busca do título do Campeonato Paulista, o atleta com passagens por Vasco e Sport nunca teve companheiros à altura. É ídolo da torcida, mas fica a sensação de que poderia fazer mais caso os fatos fossem favoraveis. Fica a pergunta: qual será o seu lugar na trajetória do clube?
Já escrevi outros artigos a respeito do tema. A cada momento surge uma ideia e conceito diferente. Todos ficam entrelaçados. Consegui viabilizar uma núcleo básico, que independe daquilo que o camisa 10 bugrino fará neste ano de 2016. Fumagalli ficará conhecido como o craque que não deixou a chama apagar.
Convenhamos a dificuldade de viabilizar um sentimento de amor entre torcedor e o gramado quando nada dá certo. Fumagalli, com seus 70 gols, a entrada no Top 10 da artilharia bugrina e sua postura perante os companheiros exibe a viabilidade de montar instantes inesquecíveis na escassez.
Fumagalli não é exclusivo de tal enredo. O futebol exibe facetas semelhantes em outros clubes. No São Paulo, a seca de títulos de 1957 a 1970 só não foi mais sofrido devido ao zagueiro Roberto Dias, que com sua classe e categoria rendeu até Pelé, que admitiu ter sido seu melhor marcador na carreira.
No Palmeiras, a seca vivida de 1976 e 1983 teve no armador Jorginho como seu herói da resistência. Em médio prazo até são esquecidos por torcedores e historiadores, mas no presente foram vitais na manutenção da identidade e na afirmação do clube.
Pouco importa saber se Fumagalli alcançará o centésimo gol ou venha construir campanhas de acesso. Lógico, todos irão comemorar, mas jamais podem perder de foco o básico: a presença do camisa 10 bugrino é vital para o torcedor acreditar em dias melhores. Não é pouco.
(análise feita por Elias Aredes Junior)