Quando as categorias de base cumprirão seu dever na Ponte Preta?

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O goleiro João Carlos teve um bom rendimento no Campeonato Paulista, mas não tem confiança total da torcida da Ponte Preta. A Macaca fez o possível e o impossível para contar com o zagueiro Renato Chaves, atualmente no Fluminense, para ajeitar o sistema defensivo. Outra prioridade é contratar um volante para disputar posição com Elton, Renê Junior e Jonas, colocados à disposição do técnico Eduardo Baptista. Ao verificar tais demandas, uma pergunta salta aos olhos: e as categorias de base? O que fazem diante de tamanha carência no elenco profissional?

A boa aparição do armador Ravanelli não pode fazer com que o torcedor e os cronistas esportivos fechem os olhos para uma triste constatação: a Macaca não transforma seus jogadores do Sub-17 ou Sub-20 em canal de reposição de posições cujo talento não é prioritário no futebol.

Sim, é isso mesmo que você leu. Salvo alguns exemplos, quem atua na posição de goleiro, na maioria das vezes, recebe um trabalho para desenvolver seus talento para agarrar debaixo das traves. Rogério Ceni, por exemplo, começou como jogador da linha entrar de envergar a camisa 1, entrar para o São Paulo e fazer história.

O mesmo modelo de análise aplica-se para zagueiro ou volante. Para atuar como beque, uma categoria de base competente ensina o jogador a executar uma cobertura do lateral, realizar antecipação com precisão, exibir posicionamento eficiente na bola parada. Tudo é ensinado, treinado, repetido e sempre na busca de diminuir o erro. Ronaldão, Lúcio, Roque Júnior, Ed Carlos.

Poderia citar outros nomes de jogadores limitadíssimos, mas que fizeram carreira como zagueiros graças a capacidade de realizar o trabalho básico da posição. Esqueça gente como Aldair, Thiago Silva, Luizinho (ex-Atlético Mineiro), Canavarro são espécimes raras. Não é todo dia que aparecem. Mas o clássico esforçado dá para produzir. Por que a Macaca não revela e posteriormente utiliza? Mistério…

Para quem ocupa a posição de volante, existem dois modelos de jogo. O primeiro, cujo representante é Fernando Bob, é dotado de técnica, capacidade de realizar viradas de jogo  ou aparecer como elemento surpresa no campo de ataque. Ou o clássico “perdigueiro” (ou brucutu), eficiente na marcação, independente de seus erros de passes. Cá entre nós: o elenco profissional precisar contratar uma figura como Jonas é uma derrota escancarada das categorias de base. Que o futuro reserve dias e revelações em todas as posições para a Ponte Preta.

(Análise feita por Elias Aredes Junior)