Renatta, Andrea e Rosana. Três mulheres. Três formas de amar, sentir e viver a Ponte Preta

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Dia Internacional da Mulher. Dia de luta. Dia de reflexão e de homenagens. O futebol não poderia ficar à parte. O site Só Derbi tem consciência do papel feminino no Esporte. Aproveitarei esta data para apontar uma mudança de perfil nas arquibancadas do Estádio Moisés Lucarelli. As mulheres invadiram o espaço. Exibem uma maneira diferente de ver e sentir a camisa em preto e branca. No passado, figuras como Donana eram símbolos de um período de sofrimento, dedicação e destemor para retirar a Macaca da segundona paulista, algo transformado em realidade em 1969. A partir da década de 1970, Conceição firmou-se como a torcedora símbolo do clube. Nunca deixou de acompanhar uma instituição que se confunde com a própria formação do futebol brasileiro.

Hoje, em pleno Século 21, ouso apostar que estão nas mulheres a definição do que é amar a Ponte Preta, daquilo que é preciso fazer ou deixar de fazer para agradar uma arquibancada ávida por títulos.

Para representar este cenário multiplo, coloco meu foco em três mulheres. Três figuras emblemáticas e capazes de definir o estado de espirito do que é ser a Ponte Preta: Renatta Sanches, Andrea Belletti e Rosana Grigoleto.

Não é descabido apontar a capacidade de influência de Andréa Belletti. A bancária já confessou nas redes sociais e aos amigos de que é passional. Ama a Ponte Preta acima de tudo. Deixa de comparecer a compromissos sociais em nome de uma paixão profunda, forte, infinita. Em troca, deseja entrega dos jogadores. Sofreu  quando soube da saída de Gilson Kleina para o Palmeiras em 2012. Era seu ídolo. Desde então, evitar abrir seu coração para pessoas com passagens efêmeras. Reconhece bons serviços e campanhas importantes. Mas sabe que o vital é a instituição. Ao comparecer ao Majestoso, utiliza sua sensibilidade para captar o espírito e o desejo de quem está ao lado. Pega a paixão, acrescenta o sexto sentido e aponta caminhos. Dificilmente erra. É parte primordial para entender a Ponte Preta atual.

A correta de imovéis Renatta Sanches, por sua vez, apresenta-se como a figura racional. Claro, ama, e respira Ponte Preta. Mas não é incomum verificar sua reação ponderada a cada resultado, seja positivo ou negativo. No último sábado, após o jogo contra o XV de Piracicaba, foi curta e direta nas redes sociais para definir a derrota por 1 a 0 e com gol de Fabinho. “Casa cheia, com uma torcida linda, mas um futebolzinho… Ponte Preta aprontando com a gente”, afirmou.

Por vezes, entende a conjuntura, os obstáculos enfrentados. Mas quer resultado, produtividade, entrega e destemor dos atletas. Coincidência ou não, Renatta e Andrea são amigas. Sentimento forjado nas arquibancadas. Razão e emoção. Tudo em nome de um amor único.

Seria imprudente esquecer neste artigo a eletricitária Rosana Grigoleto. Nestes anos que acompanho futebol (e não são poucos), poucas vezes me deparei com uma personagem tão eficiente em desfrutar do lado festivo do esporte. Não foram poucas as vezes que encontrei Rosana, junto com o seu marido, na porta do Majestoso em confraternização, em festa antes do jogo. Time bom? Time ruim? Pouco importa. Interessa curtir, desfrutar e comemorar a vida, a Ponte Preta e os amigos feitos pelo esporte. Rosana é a torcedora que atrai torcedor ao estádio. Com sua alegria, bom humor, tiradas bem feitas, Rosana mostra que o futebol não é sinônimo de violência e atitudes inconsequentes. Comprova de maneira cabal a função social da modalidade e a própria capacidade de aglutinação da Macaca ao longo da história. Um clube capaz de atrair o operário, o pobre e o povão para dentro de um estádio e em torno de uma crença comum: a possibilidade de ser feliz. Rosana é a materialização desse desejo em carne e osso.

Andrea, Renatta e Rosana. Três mulheres. Três guerreiras. Três formas diferentes de ver, sentir e viver a Ponte Preta. Que o dia 08 de março coloca ainda mais em evidência estes três modelos ímpares de viver o futebol. (análise feita por Elias Aredes Junior)