Roberto Graziano no Guarani: ruim com ele. Muito pior sem ele. Quem provocou tal situação? O próprio Guarani

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Promessa de cumprir decisão judicial e desprezar qualquer investimento no departamento de futebol.  Do outro lado, a perspectiva de recebimento de uma cota de aproximadamente R$ 600 mil na Série A-2 do Paulistão e mais R$ 8 milhões para a Série B do Brasileirão. Em condições normais, não haveria motivo do Guarani estar preocupado com o anunciado rompimento do empresário Roberto Graziano com o presidente do Conselho de Administração, Horley Senna. Andar com as próprias seria o processo natural após pagar boa parte das dívidas trabalhistas e concluir o processo de entrega do estádio. Não é bem assim. Longe disso.

Apesar das condições melhores em relação ao que se verificava no passado, os aportes financeiros de Graziano eram e são essenciais para a realização de um processo inadiável: a melhoria de estrutura. Enrolar ou priorizar outros focos só adia necessidades urgentes. O Centro de Treinamento atual, o estádio Brinco de Ouro e as aparelhagens disponibilizadas são insuficientes para se contrapor aos adversários. A questão financeira será aprimorada, é verdade, mas é insuficiente para montar um time competitivo e investir para transformar o Guarani em agremiação de excelência na sua infra-estrutura.

Pegue os futuros concorrentes da Série B e verá que o buraco é bem mais embaixo e que a presença de Roberto Graziano ou de qualquer investidor é primordial no cotidiano alviverde. Prova disso é que o Londrina é o sexto colocado da Série B e tem um CT capaz de deixar o estádio do Café em boas condições.  Na 11ª colocação e com 51 pontos, o Criciúma tem uma estrutura que rivaliza com clubes da Série A.  O seu CT tem seis campos de futebol para treinos do time profissional e  uma concentração para o Departamento. de Futebol Profissional  com 13 apartamentos duplos, equipados com TV a cabo e ar condicionado, além de um alojamento para as categorias de base com 24 apartamentos duplos. Seja sincero: hoje, o Guarani consegue competir com essa estrutura? Não é a resposta racional.

O que dizer então do Ceará, com 53 pontos ganhos e que tem agora um novo Centro de Treinamento com três campos de futebol (está sendo construído outro com grama sintética), um campo society, alojamentos para 160 atletas, salão de jogos, sala ambulatorial, academia, refeitório, cozinha, vestiários, sala de fisioterapia, lavanderia industrial e uma manutenção de aproximadamente de R$ 300 mil? Quem conhece futebol sabe que tais predicados são desequilibrantes até para almejar uma campanha de porte médio na segundona nacional.

Citei futuros concorrentes do Guarani para apontar e reforçar um conceito banal: a estrutura do Guarani está atrasada e existe a urgência de se investir na melhoria de suas instalações.  E o aporte de Roberto Graziano ou de qualquer outro investidor é um passaporte não só de dignidade, mas de sobrevivência.

Graziano foi uma saída agarrada pela atual diretoria e que agora está presa às vontades e decisões do empresário. Afinal, não podemos esquecer do clima forjado para provocar a saída da Maxxion pela porta dos fundos.  Com o seu aporte financeiro ou de qualquer outro investidor, mesmo com os recursos da televisão, o quadro é difícil. Só com o dinheiro da televisão e com a atual estrutura, o risco de decepção em 2017 é latente.

Prometer acessos não será a plataforma prioritária dos futuros candidatos às eleições de escolha do novo Conselho de Administração, marcado para março de 2017.  Convencer Roberto Graziano a continuar o processo de reconstrução ou buscar ou um outro investidor é algo que se impõe diante da conjuntura. Urgente.

(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Camila Yano/TRT 15ª Região)