Rodrigo Pastana não voltará ao Guarani. Qual a lição que fica?

1
1.341 views

Rodrigo Pastana não virá ao Guarani. Aceitou a proposta do Coritiba. O executivo de futebol não foi procurado oficialmente e e não houve trabalho efetivo para fazê-lo voltar para uma agremiação em que fez história, quando foi vice-campeão da Série C do Campeonato Brasileiro juntamente com o técnico Marcelo Chamusca. Se levarmos em conta os fatos recentes ocorridos no Brinco de Ouro ninguém deveria estranhar sua escolha profissional.

Executivo de futebol para ser bem sucedido primeiramente precisa de estrutura. Um bom Centro de Treinamento, um departamento de fisiologia estruturado e com equipamentos próprios, um hotel para abrigar os jogadores e economizar com concentração, cozinha equipada e com materiais que possibilitem um bom trabalho da nutricionista, entre outros pontos. Pergunta: o que fez o Guarani nos últimos anos para caminhar nesta direção? Nada.

A sentença da justiça trabalhista atrapalha porque não há como fazer nada no Brinco de Ouro, já entregue ao empresário Roberto Graziano. Desculpa esfarrapada. A decisão foi proferida pela juíza Ana Cláudia Torres Viana há três anos e isso já seria tempo mais do que suficiente para o empresário Roberto Graziano cumprisse pelo menos a parte de construção de um Centro de Treinamento moderno. O que foi feito? Repito. Nada. Pior: ao invés de melhorar o quadro piorou de modo agudo, pois o debate da terceirização trouxe insegurança até aos funcionários, temerosos de uma demissão em massa.

Uma especulação gerada por uma crise política advinda do processo de terceirização. Um debate pessimamente conduzido pelo Conselho de Administração, que sequer consegue encaminhar em tempo hábil as propostas para análise do Conselho de Administração, encarregado da deliberação e encaminhamento a Assembleia de Sócios. Reflexo de um clube rachado políticamente. Se pensarmos bem é até uma façanha porque quando Horley Senna foi aclamado e na posterior eleição de Palmeron o Guarani quase não tinha oposição. Conseguiram criar cizânia até entre os poucos associados que sobraram. Repito: façanha.

Com tantos fatos negativos como recriminar Rodrigo Pastana? Como oferecer ao profissional condições mínimas de trabalho diante de tanta confusão e atraso em termos de filosofia administrativa? Ao invés de recriminá-lo os bugrinos conscientes deveriam ponderar e buscar as estratégias que levem o Guarani efetivamente ao futebol do Século 21. Antes que seja tarde.

(análise feita por Elias Aredes Junior)