Seis treinos intensos, mudanças no time e DM cheio. O que esperar do Guarani com Lisca?

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Seis treinamentos, cinco dias de trabalho e muita expectativa cercam o trabalho de Lisca nas vésperas da estreia (ao menos na teoria, pois ainda aguarda inscrição no BID) do comandante no Guarani. A partida contra o Náutico, vice-lanterna da Série B, pode quebrar uma sequência de sete jogos sem vitória do Bugre. Como Marcelo Cabo deixou a equipe sem somar nenhuma vitória após seis jogos, a diferença da zona de rebaixamento caiu de oito para apenas dois pontos.

Se o Náutico vencer o Guarani, a equipe campineira ficará em situação perigosa e precisará secar Figueirense e Luverdense para não entrar na degola pela primeira vez na competição. Empate ou vitória do Bugre eliminam a possibilidade da equipe de integrar o Z4 neste momento. E por isso Lisca precisará equilibrar o lado emocional dentro do vestiário.

EMOCIONAL EQUILIBRADO
Uma das principais justificativas pela contratação de Lisca está relacionada ao histórico do treinador em motivar elencos. O principal trabalho do técnico gaúcho foi livrar o Ceará de um rebaixamento em 2015 quando a equipe tinha 98% de chances de cair. “Estamos trabalhando a parte emocional diariamente com reuniões. Passamos para os jogadores uma série de situações e espero que a gente mine rapidamente nossa equipe para sair dessa situação. Estamos buscando concentração, energia e tirar a preocupação dos jogadores”, disse Lisca em entrevista coletiva.

MUDANÇA NO PADRÃO DE JOGO
A exemplo de Marcelo Cabo, Lisca gosta de esclarecer as mudanças no papel tático dos atletas. Cabo afirmava que o Guarani precisava de uma linha alta, equipe dedicada ao ataque, mas Lisca tem uma outra ideia. “Queremos um comprometimento de marcação forte, fazendo os jogadores pensarem juntos com ou sem a bola. Nosso padrão de marcação foi alterado para zona para fechar os espaços e com maior participação dos homens de frente na reposição. Precisamos primeiro melhorar a autoestima do elenco, pois nossa sociedade só valoriza o vencedor”, enfatizou.

MARCAÇÃO FORTE E ATAQUE ECONÔMICO
Se baseando nos treinamentos, o nível de marcação do Guarani promete melhorar com Cabo. O técnico, inclusive, não quer os laterais Lenon e Richarlyson avançando muito ao ataque. O problema é que a compactação melhorou, mas o ataque segue com baixa produção. Sem Eliandro, Paulinho e Rafael Silva, entregues ao departamento médico, a responsabilidade de marcar gols será de Bruno Mendes. O centroavante será auxiliado pelo improvisado Kevin e pelo meia Bruno Nazário nas chegadas ofensivas. Nos treinamentos, poucos gols foram registrados.

DESFALQUES
O treinador ainda não encontrará força máxima para o duelo contra o Náutico. Willian Rocha e Genílson seguem em processo de transição, enquanto o DM ganhou novos integrantes. Paulinho sentiu dores nas costas no último domingo e não participou das atividades na semana. Eliandro voltou a sentir antigas dores no joelho e dificilmente voltará nesta temporada, além de Rafael Silva. Ele participou das primeiras atividades com Lisca, mas um desgaste muscular afastou o atleta da estreia do novo técnico.

VOLTA DE RICHARLYSON E DO 4-2-3-1
Lisca não escondeu que voltaria ao esquema de Vadão – ele citou o trabalho do ex-treinador bugrino como referência. Sem Paulinho, machucado, Kevin vai executar a função de ponta pela esquerda e por isso Richarlyson está confirmado. “O Richarlyson é um cara com currículo extenso e readaptamos ele na função porque ele não precisa ir muito ao ataque. Quero ele trabalhando com quatro ou cinco passagens, mas com qualidade”, explicou o comandante. Bruno Mendes volta ao time após cinco rodadas afastado por lesão. A única dúvida está entre Fumagalli e Denner.

O provável Guarani tem Vagner; Lenon, Ewerton Páscoa, Diego Jussani e Richarlyson; Evandro e Baraka; Bruno Nazário, Fumagalli (Denner) e Kevin; Bruno Mendes. O Guarani é o 15º colocado com 34 pontos. Atrás do Bugre estão Luverndese (34 pontos, 16º) e Figueirense (32 pontos, 17º).

(texto e reportagem: Júlio Nascimento/foto: GuaraniPress)