Sem Palmeron Mendes Filho, quais os caminhos para o Guarani buscar a ressurreição política e administrativa?

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Sempre defendi o valor do voto. Em qualquer entidade. Eleitos devem cumprir o seu mandato integralmente. Assim entendia a situação do Guarani. Com o passar do tempo veriquei que não há como negociar uma trégua. Palmeron Mendes precisa sair. Para o bem do Guarani. Detalhe: nada contra a pessoa. Mas politicamente está insustentável. A dúvida é saber a maneira que a operação deve ser feita.

Existem caminhos. No primeiro, Palmeron é afastado, pediria licença ou renunciaria juntamente com os demais integrantes do Conselho de Administração. Neste caso, o estatuto do Guarani prevê que o presidente do Conselho Deliberativo precisa convocar uma assembleia de sócios e há uma série de ritos e prazos a serem cumpridos pelo estatuto social. Todo o processo não será finalizado com menos de 30 dias.

Nesse período, como ficará o cumprimento dos compromissos financeiros? Para assinar documentos  de ordem financeira existe a necessidade da autorização de um componente do C.A juntamente com o superintendente executivo. Sem Conselho de Administração o que vai se fazer? Ou seja, o Guarani ficaria em um caos institucional.

Outro cenário seria Palmeron Mendes pedir licença por tempo indeterminado, receber autorização do Conselho Deliberativo para tal procedimento. Isto abriria espaço para Ricardo Moisés, atual vice-presidente. Só que aí o problema seria político. Grave e profundo. Tanto a torcida como os associados e conselheiros talvez não reconheçam em sua maioria a credibilidade dos remanescentes do atual Conselho de Administração.

Ricardo Moisés já pode chegar pressionado ao cargo. Podemos afirmar com segurança que traria um desgaste administrativo menor em relação a primeira hipótese. Mas isso não quer dizer construção de paz e tranquilidade. Pelo contrário.

Os mais radicais pedem uma intervenção judicial no Guarani, como foi feita no Londrina e no Bahia. Só que aí outra duvida aparece: a Justiça tem disposição de adotar al medida? Vale a pena correr o desgaste?

Não custa relembrar a história. Em 2012, o presidente Marcelo Mingone renunciou ao posto no dia 10 de novembro. Na ocasião, no dia anterior, o Alviverde tinha perdido do Avai por 1 a 0 no estádio da Ressacada. Assumiu o presidente do Conselho Deliberativo, Rodrigo Ferreira. O estatuto não era o que atualmente está em vigor, mas foram criados empecilhos e no gramado novas derrotas para CRB e São Caetano, ambas por 2 a 1 , levaram o time ao rebaixamento. Sinal de que nem sempre mudanças políticas radicais produzem frutos. É preciso ponderação.

Tudo pode ser resumido em uma frase: Se correr o bicho pega. Se ficar o bicho come. Senso comum, mas nunca resumiu tanto o quadro no Guarani.

(Elias Aredes Junior)