“Eu tenho um projeto para a Ponte Preta que é de ser maior do que hoje”. Esta frase é de autoria do presidente de honra Sérgio Carnielli e publicado na coluna “Xeque Mate” do Esporte do Correio Popular, desta terça-feira.
As redes sociais pontepretanas explodiram em comentários, elogios e criticas ao ex-dirigente, atualmente proibido pela Justiça de opinar sobre assuntos importantes no Conselho Deliberativo, como a questão da arena e transformação da agremiação em empresa.
A frase é interessante por causa de dois pontos. Indiretamente, ao proferir tal frase, Carnielli deseja ganhar uma absolvição de parte daqueles que não gostam do seu trabalho. É a aquela história: se ele tem um projeto para melhorar a Ponte Preta porque a torcida deve dar ouvidos aos conselheiros independentes?
Se ele tem dinheiro e pode dar certo, por que permitir a democracia e a circulação de ideias dentro da Macaca? Se ele tem a fórmula da redenção, basta abrir o tapete vermelho e tudo bem. Assunto encerrado. Todo mundo elogia o Carnielli, desaparecem as criticas e tudo bem.
Duro é que tal visão contrasta com os fatos. Carnielli salvou o time da falência? Verdade. Conseguiu deixar o clube em uma época saudável financeiramente? Verdadeiro. É um nome que está na história da Ponte Preta? Inegável.
Só que como possa esconder que em seus 25 anos de poder, o seu grupo político deixou de lado dois locais como o Centro de Treinamento do Jardim Eulina e o Jardim das Paineiras? Como renegar o sucateamento desses locais e o fechamento na prática para os sócios? Na prática, ele exterminou a possibilidade de formação de novas lideranças. A exceção é para aquelas lideranças que estão sob seu radar.
De que maneira eu posso comprovar que ele só acertou se ele rompeu com tudo e com todos? Marco Antonio Eberlin, Márcio Della Volpe, Marcos Garcia Costa, Nivaldo Baldo, Gustavo Valio, Zaiman de Brito Franco, José Armando Abdalla Junior…a Lista de rivais políticos só cresce.
Todos com algo em comum: pontepretanos legítimos. Que entregaram parte de sua vida pelo clube e agora são tratados como inimigos. Como a Ponte Preta é de todos, dá para concluir que Carnielli comete a façanha de brigar contra a própria instituição. Como eu posso acreditar de que ele pode melhorar o clube com esse saldo negativo? Como melhorar se existe um desejo tácito de proibição as criticas e análises contrárias a ele?
A frase é bonita e bem colocada. Mas é contraditória em relação a tudo que aconteceu até hoje. Antes de querer melhorar a Ponte Preta, Sérgio Carnielli deveria aprimorar sua visão daquilo que é um clube de futebol moderno e o que é uma pessoa com comportamento aglutinador. Já ajudaria demais a Ponte Preta. Sem precisar gastar um tostão.
(Elias Aredes Junior)
Aviso importante: é batido mas não custa repetir: O espaço do Só Dérbi está aberto para que Sérgio Carnielli coloque sua visão. Ou até uma realização de uma entrevista. No entanto, tudo dentro dos parâmetros jornalisticas consagrados.