Os torcedores da Ponte Preta entraram em polvorosa com a reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal “Folha de S. Paulo”, cujo foco principal foi o empresário Mário Teixeira, mantenedor do Grêmio Osasco Audax e conhecido como “Mário Ponte Preta”, tal a sua paixão pela Macaca. Em determinado trecho da reportagem, existe o relato de que ele buscou ajudar a Ponte Preta mas não encontrou reciprocidade.
Os lamentos em geral nas redes sociais são direcionados no sentido que o grupo político comandado pelo empresário Sérgio Carnielli não abre espaço para o auxilio de outras pessoas. Quer comandar tudo com mão de ferro. Escuta a todos, mas a última palavra é sua, no alto da autoridade de quem tirou a Ponte Preta do atoleiro e tem a receber mais de R$ 100 milhões.
Nem tudo são flores. Horas depois, o empresário dono do Audax mostra a que veio ao interromper um treino do finalista do Campeonato Paulista para cobrar de modo veemente o lateral e meia Tchê Tchê, que teria fechado contrato com o Palmeiras para o Campeonato Brasileiro.
A atitude de Mário Teixeira (na foto na capa ele está à esquerda) e a postura de Sérgio Carnielli na Macaca demonstram que o problema do futebol brasileiro não se resume a nomes e sim a sua própria estrutura.
Apesar da paixão legitima dos ocupantes das arquibancadas do Majestoso, é impossível ignorar que a sensação transmitida é que arquibancada pede muitas vezes é a troca de um caudilho por outro.
Ou seja, um mecenas que invista milhões de reais no clube, não espere retorno algum financeiramente e espere sentado a conquista de um titulo. Se não conseguir, azar o dele. Pegue como exemplo o próprio Mário Teixeira, que em 10 anos como dirigente de futebol não conquistou títulos relevantes e não aferiu um tostão de lucro sequer. Se ele estivesse na Ponte Preta neste período, será que teria a torcida pontepretana teria paciência com a falta de resultados?
Ao invés de lamentar a ausência de Mário Teixeira e de outros investidores potenciais, os torcedores pontepretanos deveriam sim exigir que a Ponte Preta se transformasse em uma empresa de fato e de direito, com o estabelecimento de metas, investimentos, gastos e melhoria constante da infra-estrutura em médio e longo prazo. Já foi registrada evolução? Sim. Mas é pouco.
Sem contar a presença de um Conselho Deliberativo forte, capaz de formar quadros para a direção executiva, que deveria ser o palco de um revezamento de ocupantes no poder supremo. Com isso, a entidade exterminaria qualquer vaidade pessoal.
Com a atual estrutura e metodologia, não só a Ponte Preta, mas qualquer clube brasileiro fomentará coronéis “Saruês” da bola, com capacidade de decidir o destino de tudo e de todos. Sejamos francos: não será Mário Teixeira ou Sérgio Carnielli que acabará com esse estado de coisas. No fundo, no fundo, coadjuvantes de um sistema pronto a sufocar qualquer bafo de modernidade.
(análise feita por Elias Aredes Junior)