O torcedor do Guarani está inconformado. Triste pela reta final deprimente de sua equipe na Série B do Campeonato Brasileiro. Culpam o técnico Umberto Louzer. Reclamam dos jogadores. Pedem a cabeça do presidente Palmeron Mendes Filho. Bem ou mal, o clube foi campeão da Série A-2 e vai permanecer na segundona. O trabalho da comissão está longe de ser ruim. O principal fracasso fica esquecido: a expansão do programa de Sócio Torcedor, ou Sócio Campeão.
Futebol é negócio. A captação de torcedores para auxiliar na manutenção do departamento de futebol deveria ser uma prioridade. Ainda mais em um clube ainda envolvido em dívidas e que vai entregar a gestão do futebol profissional apenas e tão somente pela incapacidade de gerenciamento.
Pense que o Guarani deve contar com uma base de torcedores de, no mínimo, 300 mil torcedores. Pois segundo a estatística do site do programa Futebol Melhor, de propriedade da Ambev e que monitora o patamar dos clubes participantes, o Guarani tem 2514 torcedores. Este jornalista apurou que o contingente pode ser de, no máximo, 1.500 componentes. Sem rodeios: fracasso. Total. Retumbante.
Veja que o programa tem exposição total da mídia local. As rádios têm anúncios em suas programas, o sistema de pay per view enaltece o mecanismo na sua narração e o saldo é péssimo. A evolução no número de associados andou de lado. Para ser bonzinho.
Pior: as coisas não funcionam, o programa de Sócio Torcedor não funciona e nada é cobrado. Ninguém fala nada. Inclusive nós, jornalistas. Adotamos uma omissão injustificável diante do tema. Parece que tudo é normal. Não é.
O Caxias, por exemplo, que não está no Top-40 do futebol nacional tem 3510 sócios. A Ferroviária conta com 3333 participantes. O Náutico, que amargou desclassificação na Série C contabiliza 4482 torcedores, de acordo com o site Futebol Melhor.
O que dizer então do Juventus de São Paulo com 6728 participantes? Me apontem um motivo para considerar o programa Sócio Campeão um sucesso. Não é. Não é opinião ou achismo. É informação em estado bruto.
Não há meio termo. Em termos administrativos ou sob a ótica da publicidade e propaganda, o dinheiro utilizado para divulgação do programa de Sócio Campeão é muito mal investido. Ora, você conhece algum empresário que investe em propaganda e que continua investindo se for constatada a falta de retorno? Pois é.
Que em 2019, os dirigentes do Guarani façam uma reciclagem e convençam o torcedor do Guarani que vale a pena ser sócio campeão. Na atual conjuntura, todos consideram uma grande furada. Não dá para tirar a razão de quem pensa assim.
(análise feita por Elias Aredes Junior)