Um recado para a Ponte Preta e sua comissão técnica: o novo sempre vem!

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Belchior foi um gênio da Musica Popular Brasileira. Com pencas de sucesso no currículo, podemos dizer que sua obra foi eternizada na voz da inigualavel Elis Regina. Tinha como um tema de suas musicas a luta entre o passado e o presente, a busca de preservar as raízes que nos fizeram vir ao mundo e as mudanças que encaramos no dia a dia. “Como os nossos pais” é uma musica que retrata esse painel como “Velha Roupa Colorida”, que encerra o filme “Elis” cuja a protagonista é a atriz Andréa Horta. 

Belchior tem relação com futebol? Ele dizia que não. Ao vasculhar uma reportagem do site Trivela percebi que sua relação com o futebol era misteriosa. Dizia que não entendia do tema, mas  Existem fotos do cearense com a camisa da Ponte Preta, em visita a Campinas em 1998. Na ocasião, ele afirmou ser simpatizante da Macaca.

Posteriormente, existe um pequeno trecho do jornal O Globo em que o músico revela ter apreço pelo Fluminense desde a infância. A obra de Belchior será fundamental para decuparmos aquilo que acontece na Ponte Preta desde janeiro deste ano, que é a batalha entre o velho e o novo, o passado e o presente, o futuro e as convenções estabelecidas. 

O presidente Marco Antonio Eberlin nunca escondeu de que é adepto de vários conceitos antigos do futebol. Tanto que nunca escondeu sua aversão tanto aos empresários como a figura do executivo de futebol. No máximo, uma mistura do velho com o novo, é algo que ele admite. 

Hélio dos Anjos é da mesma escola. Já deu seus resmungos em entrevista coletiva, com frases na linha de que, se a pessoa não gosta e não curte os conceitos antigos do futebol, ele não está nem aí. Ele faz e pronto.

Agora tem argumentos para sustentar a preferência. Talvez poucos treinadores da nova geração tem a disposição que ele tem para ver treinos e atividades do Sub-20 ou Sub-17. E foi esse método artesanal que ele pescou Felipe Amaral, DG, Léo Naldi e continua a acreditar em Jean Carlos. Junte isso com a atual classificação na Série B e tanto Eberlin como Hélio dos Anjos tem motivos de sobra para detonar os seus opositores. 

Mas o novo sempre vem, como diria Belchior. Nas décadas de 1980 e 1990, se uma equipe conseguisse vencer um jogo de alta dificuldade era corriqueiro você escalar na sequência boa parte do time titular e posteriormente seja qual fosse o resultado, nunca jamais você colocaria a culpa no rendimento físico. Eu sou formado na escola antiga de futebol e muitas vezes sou tentado a abraçar muitas de suas teses. E eu quebro a cara. 

Como na sexta-feira, quando a Ponte Preta fez um primeiro tempo irreconhecível contra o Brusque. O quesito técnico não explica e sim a limitação fisica proporcionada por 90 minutos extenuantes contra o Vasco no Majestoso. Diante de sua torcida, a Ponte Preta entregou tudo que podia. Eu vi, você viu, todo mundo presenciou. E eu esqueci que jogadores não são máquinas. 

O intervalo de um jogo para outro era de 72 horas. Mas neste intervalo tinha viagem e pouco tempo para recuperação. Ou seja, dificil render em alto nivel. 

Hélio dos Anjos levou a campo nove jogdores que entraram em campo diante do Vasco da Gama:  Caíque França, Formiga, Artur, Léo Naldi, Matheus Silva, Wallison e Elvis, Lucca e Everton, este último vitimado por um lesão grave no tornozelo. 

Deveriam poupar jogadores. Não por causa do dérbi, mas por outro motivo: jogador não é máquina. Todos, absolutamente todos tem limites. Temos que aprender. Para que possamos conviver em harmonia com o futuro do futebol.