Um recado para o presidente da Ponte Preta: é preciso falar. Caso contrário, não há como liderar!

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Quando o Presidente da República, governador ou prefeito encara crises administrativas e precisa fazer troca de escalão, a responsabilidade do anuncio não fica a cargo do porta voz, assessor de imprensa ou de um funcionário mais graduado. É o comandante máximo que precisa ir a frente para dar as justificativas para as  decisões que vão interferir nos destinos da entidade.

José Armando Abdalla Junior comanda a Ponte Preta. É uma pessoa de boa índole. Assim como o antecessor Vanderlei Pereira. Infelizmente, ele cai na mesma armadilha de quem ocupava a cadeira: não fala em instantes tensos.

Nada contra as declarações de Gustavo Bueno ao explicar as saídas dos quatro jogadores. Está ali para isso.Isso não exime de Abdalla não realizar algum pronunciamento e esclarecimento para responder dúvidas que permeiam o torcedor pontepretano: os salários serão colocados em dia? A arrecadação de recursos está dentro do esperado? Qual o custo total das rescisões para os cofres pontepretanos? O que fazer com a escassez de recursos reinante? Buscar investidores? Vender jogadores? Detalhe: ele estava na entrevista coletiva. Acompanhou tudo.

Andar na Série B é como percorrer um deserto. Povo sedento e faminto pela chegada do Oásis. Se Moisés chegou a terra prometida, também é verdadeira a analogia de que o torcedor pontepretano não quer apenas um presidente que torça e ame seu clube. Isso é fundamental. Mas ele quer um lider, alguém que mostra uma direção para chegar ao destino.

De 2007 a 2011 e em 2014 a nação sofreu e precisou encontrar em Márcio Della Volpe aquele que conduziu ao acesso em duas oportunidades. Não há como disfarçar. Na atual conjuntura pontepretana, falar é liderar. Abdalla, solte a voz. Para o bem daqueles que amam este clube centenário.

(Elias Aredes Junior)