A diretoria da Ponte tem todo o direito de demitir Alexandre Gallo, como fez na última sexta-feira. Qualquer trabalhador está sujeito a isso. Bastar ter um emprego. Porém, da maneira como foi, só reforça a falta de maturidade profissional de quem comanda o clube. E não se trata da primeira vez.
Vamos por ordem cronológica. Com a saída de Vínicius Eutrópio, a Macaca já queria Eduardo Baptista, que, na época, estava no Fluminense. A saída dele da equipe carioca era questão de tempo. Mas a direção da Macaca, pressionada pelo risco de rebaixamento, e – pressionada pela torcida – não quis esperar sua 1º opção. Então trouxe Alexandre Gallo.
Não é necessário ser nenhum expert no assunto para antecipar que o perfil tático de Gallo, dificilmente daria certo na Ponte Preta. E, em que pese toda a limitação do elenco, a falta de personalidade em campo preocupava. Quem acompanhou o time sob o comando do treinador sabe bem que, mesmo com quase 65% de aproveitamento, as apresentações da Ponte eram, no mínimo pouco convincentes. As substituições previsíveis, a postura confusa dentro de campo, a falta de um time “encaixado”…. Tudo isso derrubou Gallo.
De olho em um campeonato brasileiro – e ciente do nível da competição – a diretoria da Macaca acertou ao trocar a comissão técnica antes de esperar por resultados ruins no torneio. Entretanto, não podemos aceitar que “os fins justifiquem os meios”. Não podemos aceitar a postura dos dirigentes.
Na véspera da demissão de Gallo, o vice-presidente, Giovanni Dimarzio negou veementemente a chance de saída. Elogiou o bom aproveitamento e garantiu que o treinador ficaria até o final do ano. Durante toda sua permanência em Campinas Gallo recebeu “tapinhas nas costas” e elogios do tipo “você é o Cara”.
Em nota, o próprio treinador lamentou a demissão e deixou claro que, em 12 anos de carreira, foi uma rasteira inesperada. E ainda que adotemos o lema “vida que segue” não podemos esquecer que colhemos o que plantamos.
(análise feita por Adriana Giachini)