Fumagalli ficará mais seis meses no Guarani. Seduzido pela perspectiva de melhoria nos investimentos e a chance de alcançar os 300 jogos no Guarani, o atleta adiou a aposentadoria. Direito dele. Total. É uma decisão individual. Mas algo pode ser analisado e refletido: até que ponto ele pode colaborar nos jogos no Estádio Brinco de Ouro da Princesa?
Falar sobre o camisa 10 do Guarani é um tema difícil. Especialmente porque entra a irracionalidade. Vira um debate sem nexo, um Fla-Flu dos nossos dias. Seus defensores exibem os números: 296 jogos, 89 gols marcados e campanhas marcantes o vice-campeonato paulista de 2012 e o acesso na terceirona em 2016.
Mas estes mesmos números colocam uma pulga atrás da orelha do interlocutor. Nesta ultima edição da Série B do Brasileirão, o atleta entrou em campo em 24 dos 38 jogos disputados pelo Alviverde. Foi substituído em 21. Sem contar que, em algumas ocasiões, sua insatisfação foi tamanha que deixou o treinador de plantão em maus lençóis. Um deles, aliás, não pensou duas vezes e o repreendeu pela rebeldia tardia após uma partida.
Tem bom poder de finalização? Resposta certa. É mais produtivo perto da área? Sua bola em escanteios e cobranças de falta acrescentam produtividade? Todas as perguntas recebem respostas positivas. Também é verdade sua falta de mobilidade no meio-campo, a dificuldade para fazer a recomposição e sair em velocidade no contra-ataque. Nesta última Série B, o torcedor bugrino pouco percebeu tal deficiência por causa de um jogador: Bruno Nazário. Com 22 anos, tinha folego para atacar e armar pela meia direita e voltar.
Não há alternativa: ou a diretoria contrata um bom número de volantes técnicos e com poder de saída para o jogo, fazendo com que o técnico atue com Fumagalli como único armador, ou a solução será buscar um outro armador com velocidade e versatilidade.
Consideraria uma solução mais plausível que ídolo bugrino fosse convidado para um cargo executivo dentro do clube, já que o novo compromisso será firmado para que os torcedores e dirigentes saibam as vantagens e, principalmente, as desvantagens em contar com o jogador.
(análise de Elias Aredes Junior)