Durante a edição desta quarta-feira do Brasil Esporte Clube, na Rádio Brasil o ouvinte Eduardo Lacerda reivindicou que o Guarani contratasse um atacante para o lugar de Renanzinho e mais um zagueiro para ocupar a vaga de Victor Ramon.
Sua opinião não é isolada. Torcedores criticaram fortemente esses dois jogadores pela atuação ocorrida na segunda-feira.
Vou na contramão. Considero que precisamos resgatar alguns conceitos essenciais no futebol.
Quando um treinador é contratado, a sua função é treinar, escalar e condicionar os jogadores para que eles tenham o melhor rendimento técnico e tático. Existe outra tarefa: recuperar atletas.
Não digo somente na parte física. Trabalhar na parte técnica é missão colocada. Detectar suas falhas, insistir nos treinamentos e trabalhar para que seus erros sejam minimizados.
Renanzinho e Victor Ramon são crias das categorias de base. O Guarani investiu neles. Rescindir contratos pura e simples é colher um prejuízo que muitos não conseguem perceber.
Ao abrir mão de determinado atleta revelado na base, a sua mensagem, na prática, é que você considera que todo o valor investido nele não serviu para nada.
Felipe Conceição foi jogador e atuou como técnico em grandes clubes. Ele mais do que ninguém sabe que o recurso está escasso. Se pedir para contratar, a resposta provavelmente será não.
O pouco tempo disponível de treinamento tem que ser investido no aprimoramento. No caso de Renanzinho, na conclusão; com Victor Ramon o foco deve ser aprimorar o seu posicionamento, encaminhar dicas de como ele pode marcar melhor e evitar, por exemplo, a conclusão de William Pottker e que culminou no segundo gol cruzeirense. Desistir desses dois jogadores é gerar um saldo negativo sem sentido.
(Elias Aredes Junior)