As redes sociais são um termômetro da sociedade moderna. O futebol não foge à regra. O novo técnico da Ponte Preta, Gilson Kleina, ganhou um indulto inesperado neste inicio de gestão.
Na leitura dos comentários publicados no post do Só Derbi e em grupos de torcedores da Macaca o diagnostico era quase unânime após a vitória sobre o São Bento: o problema não era o treinador e sim a qualidade do elenco formulado por Gustavo Bueno e respaldado pela diretoria.
Não aceito a tese de maneira fechada em virtude do trabalho de Felipe Moreira ter sido ruim e equivocado. Ou seja, ele piorou algo que já não era de bom nível. Mesmo assim, não há como desprezar o diagnóstico do torcedor.
No fundo, no fundo, o cenário desenha-se da seguinte forma: se passar pelo Santos nas quartas de final, disputar as semifinais e chegar a decisão do Paulistão provavelmente a leitura a ser feita será a de um Gilson Kleina sagaz e esperto que ultrapassou os obstáculos e fez história. Em caso de derrota, salvo algum fato excepcional, quase toda a fatura será depositada nos gabinetes, incompetentes na formulação de um time competitivo e homogêneo.
Independente disso, o treinador sabe de sua responsabilidade. Não poderá ficar refém de um futebol pobre, previsível, dependente da bola parada e de ou outra jogada individual. Precisa apostar na formula de um esquema defensivo, sim, até com três volantes, mas que seja capaz de trabalhar a bola no meio-campo e que encontre atacantes afinados com as redes. Meus companheiros de Só Dérbi, Julio Nascimento e Paulo do Valle, exibiram uma visão otimista pelo que viram em Sorocaba. Ótimo. Isso não quer dizer que tudo está pronto. Pelo contrário.
É preciso pensar em uma estratégia sem a presença de William Pottker, que a partir de maio vai vestir a camisa do Colorado gaúcho. São fatos impostos pela realidade. Não há como fugir.
A vitória contra o São Bento foi um alento e teve como brinde a absolvição das arquibancadas virtuais. Só que será preciso mostrar mais e mais. Até para Kleina apagar da memória coletiva as suas gestões irregulares no Bahia, Coritiba, Avaí e Goiás.
Ele sabe que o livramento de hoje pode ser a condenação de amanhã. O futebol não perdoa.
(análise feita por Elias Aredes Junior- Foto Jesus Vicente-EC São Bento)