Dado Cavalcanti ou Fernando Diniz? Qual a melhor escolha para o Guarani?

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Dado Cavalcanti e Fernando Diniz. Entre esses dois nomes está o novo comandante do Guarani para 2018. Dois perfis totalmente opostos. Características distintas que vão gerar diferenciados. É o instante correto para analisar o que pode fazer um e outro no comando do Alviverde na temporada seguinte.

O primeiro candidato posso falar com propriedade. Acompanhei seu trabalho na Ponte Preta em 2014, quando pediu demissão por não permitir ingerência de terceiros em seu trabalho. Dentro do campo, mostrou-se um técnico estudioso, cuidadoso com as novas tendências do futebol e que escalava o time de acordo com as características do adversário.

Sua retrospectiva na segundona nacional na ocasião foi razoável: em 12 jogos disputados na competição, Dado venceu quatro, empatou cinco e perdeu três, um aproveitamento de 47,2%. Na ocasião, o treinador utilizou pouco um meia de criação, apostou em uma formação com três volantes e basicamente buscava o contra-ataque.

Se o foco for dirigido para Fernando Diniz, a análise dá uma guinada de 180 graus. Primeiro na característica de jogo. Seja no Audax ou no Paraná Clube, o treinador armava suas equipes para valorizar a posse de bola. Atuava de modo compacto para chegar ao gol e também para proporcionar poucas oportunidades ao oponente. Quando teve respaldo para trabalhar, colheu bons frutos, como a participação na final do Campeonato Paulista de 2016. Também amargou revés, como o rebaixamento com o próprio Audax no Campeonato Paulista deste ano.

O defeito? O temperamento explosivo, dado a broncas públicas nos jogadores. Ao consultar companheiros de profissão residentes em Curitiba, foram relatados diversas entreveros e confusões. Ou seja, sinal de que, caso sua contratação seja confirmada, o relacionamento com a imprensa pode ser difícil e pedregoso. Sem um respaldo da diretoria e compreensão dos jogadores, o quadro pode deteriorar-se em velocidade espantosa. No ultimo trabalho, Fernando Diniz teve 50 vitórias, 31 empates e 31 derrotas, aproveitamento de 53,8% dos pontos disputados.

Seja quem for o escolhido, os desafios são imensos: produzir resultados rápidos e viabilizar o acesso à divisão de elite do Campeonato Paulista, além de abrir mão de um estilo vigoroso e focado na velocidade para encaixar o futebol cadenciado de Fumagalli.

Se o Guarani tiver paciência, pode colher bons frutos tanto com Dado ou com o ex-jogador bugrino Fernando Diniz. Um foca na marcação. Outro no toque de bola e na beleza plástica. Que o Guarani saiba fazer a melhor escolha!

(análise de Elias Aredes Junior)