Uma reflexão sobre Palmeron, Horley e a síndrome de novela Ti ti ti no Guarani

0
1.548 views

O sucesso foi estrondoso em 1985. Regravado em 2010, a audiência foi repetida. A história era simples: a rivalidade entre Ariclenes e André Spina e que parou no mundo da moda. Ambos encarnavam personagens. O primeiro interpretava o costureiro Espanhol Victor Valentim. O segundo era Jacques Leclair, especializado no mercado de noivas. Simples, direta e sem rodeios, a novela “Ti ti ti”, de autoria de Cassiano Gabus Mendes marcou história na dramaturgia brasileira. O que pouca gente sabe é que tal enredo está em cartaz de modo ininterrupto no Guarani. Há 30 anos.

Começou com Luiz Roberto Zini contra Leonel Martins de Oliveira. Depois de 11 anos de reinado, Zini caiu e proporcionou o surgimento de José Luis Lourencetti, que depois abriu espaço para o retorno de Leonel que ganhou adversários íntimos, como Marcelo Mingone.

O ex-responsável pelas categorias de base teve em Álvaro Negrão o seu Victor Valentim, que posteriormente encarou na arena política Horley Senna. Novos embates, discussões, confusões e falta de rumo.

Todos pensavam que a tomada de poder de um único grupo político terminaria com o dramalhão bugrino. Ledo engano. Foi Palmeron Mendes Filho sentar na cadeira e a troca de farpas virou rotina. Racha à vista.

Assim como no último capítulo da novela global, em que André e Ariclenes fazem as pazes até a próxima briga, os dois novos protagonistas buscam disfarçar as divergências. “Não existe nenhum rompimento (entre eu e Horley Senna), não aconteceu e não tem porque acontecer. É um grande amigo, apaixonado pelo Guarani como eu, temos divergências  de opinião que são salutares, mas nunca motivarão um rompimento da nossa amizade. Não é verdade que existe rompimento”, disse Palmeron em entrevista à Rádio Central. Horley Senna protocolarmente disse que não é oposição no Guarani e que torce pela felicidade e êxito do Conselho de Administração. Impossível disfarçar a contrariedade.

Neste dramalhão de terceira categoria, o torcedor bugrino chora de desgosto porque sabe que no final o clube nunca terá final feliz.

(análise de Elias Aredes Junior)