Análise: Danilo Barcelos e Cristaldo acrescentam, mas não são salvadores da pátria

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A derrota para o Paysandu, por 1 a 0, no Moisés Lucarelli, logo na estreia da Série B do Campeonato Brasileiro, traz incertezas ao torcedor. Afinal, poucos pontepretanos estiveram convencidos de que a taça do Troféu do Interior e a vitória sobre o Náutico, pela Copa do Brasil, serviriam de parâmetros para a sequência da temporada.

Ciente da necessidade de reforços ao término do Campeonato Paulista, a diretoria foi ao mercado e anunciou dois nomes interessantes: Danilo Barcelos e Cristaldo. Apesar da empolgação nas arquibancadas e nas redes sociais, a dupla não será responsável por solucionar todos os problemas. Pelo contrário. São peças importantes para aumentar o nível de competitividade e dar mais esperança em relação ao acesso, mas não podem carregar missão única de levar a equipe à elite do futebol nacional.

Símbolo de raça e superação, Barcelos tem algo importante para o atual momento: identificação. Não soma conquistas pelo clube de Campinas, é verdade, mas foi um dos poucos que se salvaram na campanha de rebaixamento. Se houver brecha na lateral-esquerda, ele será o escolhido – o mesmo pode se dizer para o setor ofensivo. O atleta de 26 anos possui, também, um diferencial em relação aos demais jogadores do elenco: bola parada. Tem a capacidade de definir o confronto em cobrança de falta – como foi diante do Atlético-PR no ano passado – ou em batida de escanteio, por exemplo.

Cristaldo, sinônimo de experiência, desembarca em Campinas com status de titular no setor de frente. Embora esteja sem atuar desde novembro e sem balançar as redes há um ano, o argentino será o dono da camisa 9, caso nenhum imprevisto aconteça. Felippe Cardoso e Júnior Santos são talentosos e promissores, mas ainda é cedo para carregarem a tarefa de decidir uma partida complicada. Por enquanto, são nomes que agregam e, se bem trabalhados, vão trazer frutos saborosos no futuro – entenda-se grana.

O que ainda falta na Macaca? Meio-campo. Nathan assumiu a posição de volante e não tem comprometido, mas seus companheiros deixam a desejar. Paulinho e Lucas Mineiro ajudam, mas não possuem características de armação. O segundo, por exemplo, tem vestido a camisa 10, mas seu perfil não é de criação. Na Chapecoense, foi utilizado na contenção e, raramente, subia ao ataque com eficiência. Murilo, recém-chegado, ainda é jovem e terá oscilação, palavra proibida do vocabulário de quem busca o acesso. Resumindo: ainda falta um 10.

A Série B é longa e cruel. Não dá espaço para vacilos consecutivos, mesmo com desfalques, viagens e desgaste físico. Como a competição não será interrompida durante a Copa do Mundo, Doriva e companhia precisa trocar os pneus com o carro andando. Não há tempo para pit stop, tampouco para completar o tanque ou consertar a parte elétrica.

(análise: Lucas Rossafa/foto: Fábio Leoni – Ponte Press)