Uma reflexão sobre dérbi, Bruno Nazário, João Brigatti e como gastar energia de modo equivocado

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O rescaldo do dérbi trouxe uma discussão acalorada nas redes sociais e nas ruas. De um lado, os pontepretanos inconformados com a frase de Bruno Nazário que prometeu atropelar os rivais. Do outro, os bugrinos revoltados com as provocações do ex-goleiro e atual auxiliar técnico João Brigatti antes da partida.

Por ser um jogo de extrema rivalidade e cuja espiral de violência deve ser detonada a qualquer tempo, todos os envolvidos deveriam tomar cuidado com gesto ou atitude. Qualquer letra fora do roteiro pode ser pretexto para uma guerra sem hora para acabar.

Podemos tecer inúmeras teorias. Prefiro demonstrar como uma oportunidade de ouro foi perdida e energia foi gasta de modo improdutivo.

Analise. O dérbi é o principal jogo do interior do estádio de São Paulo. Mobiliza uma metrópole inteira e geralmente tem transmissão pela televisão. Pensem que nos dias que antecedem ao clássico, diversos veículos de comunicação priorizam os bastidores e preparativos dos dois times. Depois sequer falam de esporte. Pergunto: por que a disposição de provocar o rival não foi gasto na promoção maciça de ações de caridade? Se existiu tal cenário, não foi avisado devidamente.

Se ele afirma ser tão ligado a comunidade bugrina, Nazário seria o personagem ideal para conduzir uma promoção de tal naipe. Afinal, após a aposentadoria de Fumagalli, é um dos principais ídolos da torcida. Sei que as duas diretorias fizeram campanhas do agasalho, mas no passado os capitães foram até a prefeitura para promover o dérbi da paz, cujo perdedor ajudaria uma instituição de caridade. Quem pensou em algo assim? Ninguém.

Lamento que João Brigatti não quisesse recordar os fatos positivos das décadas de 1980 e 1990. Período de apostas, cuja meta era realizar brincadeiras sadias. Se dois jogadores, por exemplo, ostentassem barba e bigode, o perdedor do confronto raspava tudo; a vitória fazia com que o vencido pagasse diversas cestas básicas para uma instituição de caridade. Brigatti poderia apostar com Renato, João Paulo, Zenon, Careca… Jogador histórico não falta. Dos dois lados.

Redes sociais e meios de comunicação fariam com que qualquer ato de caridade, se bem explorado registrasse repercussão relevante.

Cada um do seu modo, João Brigatti e Bruno Nazário pensaram mais em si mesmos do que na grandeza e dimensão de um jogo centenário. Uma pena.

(análise feita por Elias Aredes Junior)