Era preciso confirmar a presença na final do Campeonato Paulista de 1979 e a vitória da Ponte Preta sobre o Guarani por 1 a 0 no segundo jogo da semifinal ratificou a condição de herói do atacante Osvaldo. O centroavante confirmou na prática a confiança exalada pelos atletas da Macaca após a vitória nos 90 minutos iniciais.
Uma verdade incontestável comprovada pelas declarações dos próprios atletas durante a semana de treinamentos. Eles não escondiam a ansiedade de voltar a enfrentar o Corinthians, algoz na final de 1977. “Temos a vantagem do empate, mas queremos a vitória. E mais: gostaríamos de decidir o título contra o Corinthians. Seria uma revanche sensacional daquela final de 1977, que o Dulcídio não deixou a gente ganhar”, afirmou na ocasião o lateral-esquerdo Odirlei ao jornal “Folha de S. Paulo”.
A missão pontepretana era facilitada devido aos desfalques bugrinos, como a do centroavante Careca, lesionado no tornozelo e vetado pelo departamento médico. Não era apenas isso. O desânimo nos jogadores bugrinos era presente porque a missão não seria nada fácil. Primeiro vencer o principal rival no tempo normal e segurar um empate na prorrogação que conduzisse a disputa de título. Apesar do contratempo, o presidente bugrino na ocasião, Antonio Tavares Júnior não deixava de criar polêmica. Uma delas era de que cederia apenas 30% da capacidade do estádio Brinco de Ouro para abrigar a torcida pontepretana, que desejava 50% do local após a vitória no jogo inicial.
Independente de questões de bastidores, quando a bola rolou a Macaca não se intimidou com a pressão bugrina e administrou o quadro. Uma conjuntura favorecida pela apatia do Guarani, que tinha em Zenon o único jogador com gana e raça para tentar algo diferente. Não recebia auxilio efetivo dos companheiros e ainda tinha que suportar uma dor na perna direita. Aos 20 minutos do segundo tempo, o camisa 10 bugrino não suportou e cedeu seu lugar a Marinho.
Foi a senha que faltava para a Ponte Preta construir o gol da vitória aos 30 minutos. O então meia Marco Aurélio (Moreira, hoje técnico de futebol) roubou uma bola de Renato, passou por Miranda e colocou na cabeça de Osvaldo, que determinou o resultado do jogo e a classificação da Macaca a final do Paulistão. Duas vitórias no principal clássico campineiro em um intervalo de três dias. Impossível esquecer.
(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)
FICHA DO JOGO
GUARANI – Neneca, Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Zenon (Marinho); Capitão, Miltão (Vicente) e Bozó. Técnico: Cláudio Garcia.
AAPP – Carlos, Toninho, Juninho (Eugênio), Nenê e Odirlei; Wanderley, Marco Aurélio e Dicá (Humberto); Lúcio, Osvaldo e João Paulo. Técnico: José Duarte.
Gol: Osvaldo aos 30 minutos do segundo tempo
Renda: Cr$ 1.511.250,00
Público: 34.222 (30.552 pagantes e 3.670 menores)
Local: Brinco de Ouro da Princesa – Campinas
Árbitro: José de Assis Aragão
Data: 30/01/1980 (Quarta-feira)
Horário: 21:00 h