Especial dérbi semifinal Paulistão 1979: sob o embalo das arquibancadas, Macaca vence no Majestoso e abre vantagem

0
1.371 views

O pragmatismo e a esperteza de Zé Duarte associaram-se a técnica e habilidade de Dicá, Lúcio e Osvaldo para vencer o primeiro jogo pelas semifinais do Campeonato Paulista de 1979. A vitória por 2 a 1 no Estádio Moisés Lucarelli comprovou a eficiência de uma equipe em fase de reconstrução e buscava novos caminhos.

Basta dizer que durante a preparação a Alvinegra foi afetada pela venda do zagueiro Oscar. O interesse inicial surgiu de clubes espanhóis, mas depois o Cosmos levou o zagueiro titular da Seleção Brasileira na Copa de 1978. O beque, no entanto, assistiu a semifinal no Majestoso nas arquibancadas. Em contrapartida, o Guarani contava com o armador Renato, já repassado ao São Paulo, mas colocado á disposição para os jogos decisivos.

Na ocasião, Zé Duarte entrou em campo com uma marca: sob a sua direção, a Ponte Preta jamais tinha perdido um dérbi para o Guarani, agora sob o comando de Cláudio Garcia após a gestão exitosa de Carlos Alberto Silva, agora técnico do São Paulo.

Com a bola em jogo, no dia 27 de janeiro, a marca foi reforçada. A zaga bugrina formada por Edson e Miranda não conseguia encaixar a marcação e não impedia os ataques de Dicá e Osvaldo. A pressão continuava e o gol inaugural surgiu: o lateral Toninho chutou forte, a bola repicou na área e Osvaldo “bolinha” apareceu para balançar as redes e explodir as arquibancadas do Majestoso.

No intervalo, de acordo com relatos do jornal “Folha de S. Paulo”, o técnico bugrino Cláudio Garcia colocou como meta acalmar os seus titulares e fazê-lo buscar o ataque. Deu certo. A pressão surgiu e o goleiro pontepretano Carlos teve que operar três defesas com alto grau de dificuldade.

A Macaca, matreira preparou o bote e esfregou as mãos pelo êxito aos 36min. Lúcio apareceu e cruzou para a cabeçada certeira de Osvaldo. Aos 44min, o camisa 10 Zenon bateu falta com maestria e diminui. O gol foi insuficiente para esconder: a Ponte Preta estava próxima de mais uma final e pronta para desbancar o rival campeão Brasileiro de 1978.

(texto e reportagem: Elias Aredes Junior)

FICHA DO JOGO

PONTE PRETA- Carlos, Toninho, Juninho, Nenê e Odirlei; Wanderley, Marco Aurélio e Dicá (Lola); Lúcio, Osvaldo e João Paulo (Humberto). Técnico: José Duarte.

GUARANI – Neneca, Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Zenon; Capitão, Careca (Gersinho) e Bozó. Técnico: Cláudio Garcia.

Gols: Osvaldo aos 20 minutos do primeiro tempo; Osvaldo aos 36 minutos e Zenon aos 44 minutos do segundo tempo

Renda: Cr$ 1.322.060,00

Público: 30.174 (27.053 pagantes e 3.121 menores)

Árbitro: Márcio Campos Sales (SP)

Local: Moysés Lucarelli – Campinas

Data: 27/01/1980 (Domingo)