A cogestão no futebol do Guarani é um processo iminente. O Só Dérbi adiantou, com exclusividade, as diretrizes da proposta realizada pelo empresário Nenê Zini em parceria com as empresas Traffic, Elenko Sports e Grupo Rima. Tal estratégia, todavia, não é tão nova no futebol brasileiro.
Com o objetivo de incrementar o elenco profissional e viabilizar melhorias na Série B do Campeonato Brasileiro, o presidente Palmeron Mendes Filho aposta em um método já adotado por Figueirense e Londrina, dois concorrentes diretos do Alviverde na temporada.
Preocupados com o futuro do clube, os torcedores bugrinos podem analisar os projetos dos rivais para idealizar o que pode vir pela frente. Veja abaixo.
FIGUEIRENSE:
Em julho de 2017, o presidente Wilfredo Brillinger apresentou ao Conselho Deliberativo uma proposta de terceirização de todo o clube, haja vista os catarinenses estarem se tornando insustentáveis financeiramente. A ideia foi aprovada depois de várias mudanças estatutárias, as quais já vinham ocorrendo anteriormente, para abrir as portas ao novo projeto.
O processo de transição do Figueirense Futebol Clube para Figueirense/SA começou em agosto e durou até janeiro, quando todas as ações do clube foram assumidas em definitivo pelo parceiro, em contrato firmado por 20 anos.
O pacto revela que o grupo societário receberia tudo que fosse arrecadado em bilheterias e venda de jogadores. Em contrapartida, os responsáveis teriam que assumir a dívida, cujas cifras giram em torno de R$ 75 milhões, e quitá-la ao longo de duas décadas.
Na época, inclusive, foi prometido à torcida que empresários do exterior injetariam dinheiro para contratar jogadores mais tarimbados. Sob nova gestão, o Figueirense levantou a taça do Campeonato Catarinense de 2018.
LONDRINA:
O time do norte paranaense é um dos principais exemplos de êxito na terceirização do futebol. Firmada em 2012 e com dez anos de duração, Sérgio Malucelli, ex-proprietário do Iraty e presidente da SM Sports, assumiu o time na Série B do Campeonato Paranaense e com déficit astronômico. Com interesse em gerir o Tubarão, o agente levou o time à elite regional.
Em 2014, como recompensa, conquistou o Estadual ao bater o Maringá nos pênaltis. Na sequência, disputou a Série D do Campeonato Brasileiro e, no segundo ano, conseguiu o acesso à Série C. Com grande investimento, Malucelli levou o Londrina à segunda divisão nacional e bateu na trave por duas vezes para tentar voltar à divisão principal do país.
No momento, devido ao baixo apelo do torcedor na cidade e públicos insatisfatórios no Estádio do Café, existe a possibilidade de o vínculo não ser renovado depois de 2022. Entre os londrinenses, é praticamente consenso que o clube foi tirado das traças e se reergueu.
No acordo entre as partes, acertou-se que o clube, campeão da Primeira Liga de 2017, lucra 5% nas negociações de atletas e 95% são destinados aos bolsos do dirigente.
Entre os principais negociados nesse período estão o volante Bruno Henrique (Palmeiras), o lateral-esquerdo Wendell (Bayer Leverkusen) e o atacante Joel (Marítimo e com passagens por Cruzeiro, Santos e Botafogo).
(texto e reportagem: Lucas Rossafa e Eduardo Martins/foto: Gazeta do Povo)