As notícias publicadas nesta quinta-feira pelo Portal Nossa Taba e pela página do Guarani no Globo Esporte demonstram que uma página foi virada na história. A decisão do Tribunal Superior do Trabalho não dá para espaço para recursos. O terreno do Brinco de Ouro tem dono virtual.
A carta de arrematação já foi expedida e o próprio Roberto Graziano não descarta uma parceria com a empresa gaúcha para viabilizar seus empreendimentos. O detalhe que deve ser analisado é simples: qual Guarani surgirá?
Um futuro postulante ao pelotão de frente do futebol nacional ou um coadjuvante sob risco de ver o pesadelo retornar?
Graziano prometer e cumprir sentença judicial com nova arena, centro de treinamento e sede social é o início da redenção e não o fim. Além da necessidade de manutenção constante dos novos espaços, é preciso cobrar uma gestão profissional.
Quando digo profissionalismo eu me refiro a estabelecimento de metas e objetivos em dois, quatro, cinco ou dez anos, política de formação nas categorias de base, perfil de jogador, estilo de jogo e formatação de ideias que possibilitem a ampliação dos espaços em médio e longo prazo.
Para que isso aconteça, os dirigentes precisam ser antenados, frequentar os ambientes acadêmicos e financeiros voltados a gestão esportiva e saber encarar derrotas e tropeços como aprendizado. Sinto informar mas era o empirismo, da arrogância, da truculência como estratégia de sobrevivência ficou no passado.
Nem a futura parceria com o empresário Nenê Zini e empresários pode ser encarada como estágio definitivo. O ideal seria utilizar esta parceria como um plano de transição no departamento de futebol profissional.
Os agentes vão ganhar dinheiro? Vão e isso é ótimo para eles. O Guarani e sua comunidade precisam utilizar o tempo para formar dirigentes, preparar quadros para o futuro.
No passado, o Guarani tinha gente como Leonel Martins de Oliveira, Ricardo Chuff e Beto Zini. Eram conhecidos em todos os cantos do Brasil. E hoje? Qual dirigente bugrino é reconhecido como expert?
Serei especifico: temos um Fábio Koff, um Alexandre Kalil, Francisco Horta, Vicente Matheus, Eduardo Bandeira de Mello, Romildo Bolzan, Mário Celso Petraglia… Tem no Brinco de Ouro? Não, não tem.
E há muito tempo. Há 20 anos. Todos só apagaram incêndio e não construíram o futuro. Devem ser elogiados por isto, mas é pouco diante da dimensão da agremiação.
O destino deu nova oportunidade ao Guarani. Não dá para errar. Reconstrução é a palavra chave. Não somente com gols, mas com mentes e quadros privilegiados. Caso contrário, daqui a pouco o lamento ressurgirá.
(análise feita por Elias Aredes Junior)