A parceria entre Ponte Preta e Elenko Sports cresce a cada dia. Com forte influência no clube há anos, a empresa, todavia, tem frustrado a Macaca com indicações de atletas renegados no Corinthians, onde também tem ótimo trâmite.
MARCIEL
O caso de Marciel é apenas um em meio aos fracassos acumulados pela diretoria campineira nas últimas janelas de transferências. O jogador de 23 anos foi descartado em Campinas após reclamações públicas no Instagram por amargar o banco de reservas em boa parte da Série B do Campeonato Brasileiro.
Indicado por Eduardo Baptista, a cria das categorias de base do Timão somou 28 participações e dois gols marcados – contra São Bento e Mirassol pelo Campeonato Paulista.
Ele desembarcou no Majestoso com a expectativa para resolver, de uma vez por todas, os problemas crônicos da lateral-esquerda. No final das contas, não se firmou nem na defesa nem no meio-campo e ficou entregue ao Departamento Médico no mês de maio em virtude de lesão no tornozelo.
LÉO ARTUR
Atualmente no Oeste, o meio-campista teve passagem para ser esquecida na Ponte Preta. Chegou em maio de 2017 envolvido na venda de Clayson. Como forma de pagamento, a equipe de Parque São Jorge liberou aos campineiros 50% dos direitos econômicos para abater o valor da multa rescisória, de aproximadamente R$ 10 milhões.
Aqui, foram 36 partidas e duas bolas na redes – Coritiba e Santos. Teve contrato rescindido em março ao reclamar de problemas musculares na coxa, mesmo sem ter tido lesão detectada, antes de confronto decisivo contra o Sampaio Corrêa pela Copa do Brasil. Para piorar, ainda alegou falta de confiança antes de ser sacado pela comissão técnica.
CLAUDINHO
Ao lado de Léo Artur, Claudinho foi envolvido na negociação de Clayson e teve 30% do passe vinculado à Ponte. Sem nunca convencer, o atacante foi acionado em 20 jogos e não conseguiu chegar ao caminho do gol. Sem espaço nesta temporada, acabou emprestado para o Red Bull Brasil no Campeonato Paulista. Agora, é outro a defender as cores do Oeste na Série B.
EXCEÇÃO?
Como em toda regra há exceção, Lucca é o único da Elenko Sports, cedido pelo Corinthians, com sucesso em Campinas. Artilheiro da Macaca na última edição do Campeonato Brasileiro, foi um dos poucos que se salvaram na campanha do rebaixamento. Apesar das críticas da torcida e da agressão sofrida no Aeroporto de Viracopos, em setembro, depois de derrota para a Chapecoense, balançou as redes 24 vezes em 61 confrontos.
Outro que veio de São Paulo foi o meia Maycon. Embora seja agenciado por outro grupo de empresário, foi emprestado por seis meses para resgatar o bom futebol e conseguiu. Deixou a Macaca em alta após 19 partidas, um gol marcado e campanha de destaque no Campeonato Brasileiro de 2016 sob comando de Eduardo Baptista.
No primeiro semestre, foi vendido ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por R$ 27,6 milhões.
Uma das principais promessas recentes do Coringão, chegou em fevereiro e saiu em junho de 2017. O meia fez parte do elenco vice-campeão paulista, mas foi utilizado em apenas três jogos – 77 minutos em campo e todos como reserva.
Na época, foi cedido pelo Siracusa (ITA) até o fim do Estadual e existia a possibilidade de renovação por mais uma temporada. Como não agradou, foi liberado.
ELENKO SPORTS, UM CASO À PARTE NO MAJESTOSO
A quantidade significativa de atletas da Elenko é antigo motivo de dúvidas por parte de conselheiros do clube e membros do comitê de fiscalização. Eles questionam se não há jogadores do mesmo nível disponíveis ligados a outros empresários ou nas categorias de base.
Com um lote de clientes contratados pelo departamento de futebol pontepretano, a empresta teve ligação nos últimos 36 meses com, pelo menos, 25 jogadores da Macaca. Destacam-se nomes dos zagueiros Renato Chaves, Cléber e Tiago Alves; os laterais Tony, Igor Vinícius, Jeferson, Cicinho, Rodrigo Biro, Rodinei e Diogo Matheus; os volantes Jean Patrick, Vitinho, Matheus Jesus, Naldo, Paulinho, Alef e Renê Júnior; os meias Léo Cereja e Thiago Galhardo e os atacantes Zé Roberto, Rafael Ratão, Rildo, Silvinho, Giva, Roger, Alexandro e William Pottker.
VINCULADO AO RIVAL?
Vale lembrar que a Elenko Sports, de Fernando Garcia, está prestes a se tornar parceira do rival Guarani ao lado do empresário Nenê Zini, Traffic e Grupo Rima. O quarteto tem em mãos uma proposta de cogestão do futebol profissional para os próximos três anos.
(texto e reportagem: Lucas Rossafa)