Guarani e terceirização: números em primeiro lugar. E as pessoas?

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No ultimo final de semana, conversei com um associado influente do Guarani. Sua opinião terá peso na Assembleia de Sócios do dia 13 de agosto. Sua predileção é pela proposta do empresário Roberto Graziano.

Seus argumentos são plausíveis. Como muitos que defendem tanto uma proposta como outra. Só algo me preocupa em todo o debate: a fissura em números, lucros, dividendos e dinheiro deixa em segundo plano o foco principal, afinal, o Guarani é feito de pessoas.

Gente de carne e osso que passa pelas catracas, pagam ingressos e querer ver o melhor do seu time. Torcedores que organizam caravanas e desbravaram o Brasil na época de vacas magras. Tempos de terceirona nacional.  Figuras que deram alma e coração pelo clube em determinadas épocas. Pessoas como Amoroso, Roberto Constantino, Cláudio Corrente, Lu Cagliari Souza, Paulo Souza, Marcelo Mingone, Luiz Roberto Zini, Raul Celestino Soares, Leonel Martins de Oliveira.

Queiram os atuais mandatários ou não, tais figuras são bugrinas. Torcem e amam o Guarani. Deveriam ser ouvidos. Neste momento impar da história do clube, a coletividade simplesmente está sendo expurgada do processo decisório. Nenhuma audiência pública, nada de entrevistas profundas para sanar todas as dúvidas sobre as parcerias. Nada, nada, nada.

Tudo feito em cima de planilhas, calculadoras. O aspecto humano desprezado até o último grau. Seja qual for o escolhido, a torcida terá que engolir goela abaixo e dizer amém. Você pode argumentar: ah, mas o Conselho Deliberativo vai opinar. A assembleia de Sócios vai decidir. Ok sob o ponto de vista legal. Mas o que são 500, 600 pessoas diante de uma multidão de 400 ou 500 mil pessoas?

Afirmei que o ideal seria um processo de discussão lento, gradativo e que buscasse a participação de todos. Do jeito que está sendo conduzido o processo, fica semelhante a uma empresa que promove uma festa Black-tie e os operários ficam do lado de fora no aguardo das migalhas da festa principal. Não dá para aceitar.

(análise feita por Elias Aredes Junior)