Arquibancada: A Ponte Preta nunca será medíocre

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Estive no Majestoso no  sábado e, logo após o jogo, ouvi e li quase tudo que foi publicado pela imprensa de Campinas. Confesso que precisei rever o VT do dérbi para saber se o visto por grande parte dos comentaristas e repórteres foi o mesmo que eu vi.

É de se lamentar que a informação fica em segundo plano e a escolha em ficar em cima do muro e bem com as duas torcidas é mais importante.
O jornalismo esportivo em Campinas vive uma crise! Falta credibilidade. Trocam a informação pela bajulação. É melhor agradar anunciantes do que os ouvintes e/ou leitores, os quais são a razão de existir dos meios de comunicação. A fantasia e as brincadeirinhas substituíram as reportagens e apurações. Portanto, a história, de fato, é o que menos importa.

Fantasia essa que vem dominando a crônica de maneira a ignorar que o adversário da Macaca deu um (1) chute a gol, exigindo grande intervenção do goleiro Ivan. Tivemos que ouvir e ler que o resultado foi justo pelo que apresentaram os dois times no jogo! Justo?! Isso não vai mudar o resultado, mas mostra o quão pífio e pobre é o jornalismo esportivo regional. O jogo foi muito ruim tecnicamente, mas desmerecer a Ponte – que foi o único time que procurou a vitória – é para acabar com qualquer amante do futebol que gosta (gostava) de comentários precisos e reais do que foi a partida.

O lateral-esquerdo Pará seria expulso em qualquer jogo disputado nesse mundo. Dois minutos depois de receber o primeiro cartão amarelo junto com André Luís! Foram reclamados dois pênaltis mas, pelo reprise, ficou claro a existência de somente um. Aquele sobre o mesmo André – assinalado pelo bandeira e renegado pelo fraco juiz! O camisa 7 ainda levou perigo outra vez em cabeçada para o chão em que Bruno Ramires não aproveitou o rebote. Ainda tivemos a chance de ouro com Júnior Santos, que, com mais técnica, calma e inteligência, certamente nos daria a vitória. Tivemos outras chances com o mesmo Júnior Santos em um chute forte cruzado e uma cobrança de falta de Danilo Barcelos.

A Ponte, na base da vontade, encurralou o adversário no segundo tempo. Ivan virou expectador e foi incomodado somente uma vez. Numa bola dividida, se viu obrigado a sair com os pés. E só!

Se o adversário está comemorando o empate, mostra que realmente nunca seremos tão medíocres a esse ponto. Também nunca seremos um time de somente um argumento baseado num aborto da natureza. Nunca seremos 3% em uma cidade de mais de 1 milhão de habitantes, e tampouco passaremos anos a fio na Série C. Nunca seremos um time com estádio penhorado sobrevivendo de favor.

Para quem queria tanto a volta do dérbi, pareceu bem covarde a postura em campo. Ano que vem tem mais.

(análise: André Gonçalves)