Após cinco temporadas de ausência, o Guarani já cumpriu o seu primeiro objetivo no Paulistão, a da permanência na divisão de elite. Os 13 pontos lhe asseguram a vice-liderança do Grupo B e afastam qualquer possibilidade de surpresa desagradável na reta final.
Historicamente, pela atual fórmula de disputa, o primeiro time rebaixado soma 10 pontos. Com isso, não há como se preocupar. E isso só aconteceu graças aos jogadores e a três pessoas: Fumagalli, Marcus Vinicius Beck Lima e o técnico Osmar Loss.
Os dois primeiros vivem uma experiência inicial como os responsáveis pela montagem da equipe. E um planejamento prejudicado por causa das indefinições financeiras e a crise política vivida. Com habilidade, a dupla de dirigentes montou uma equipe experiente, tarimbada, sem nenhuma estrela em destaque mas com um senso aguçado de disciplina.
Neste aspecto entra o técnico Osmar Loss. Após o desempenho ruim com o Bragantino, construiu um sistema sólido de marcação, cuja marca é a solidariedade. Se existe um oponente com a bola no pé, um jogador bugrino dá o primeiro combate e outros dois ficam na sobra. No setor ofensivo, observa-se nitidamente que há treinamento de triangulações pelos lados do campo, infiltrações de responsabilidade dos armadores e atletas responsáveis por desafogar. Mesmo quando joga mal (caso do jogo com o São Caetano), o time não perde sua caracteristica tanto na estratégia tática e no posicionamento.
O torcedor quer mais do trio. Classificar-se às quartas de final e encarar o Palmeiras seria mais um passo na reconstrução da dignidade e da autoestima das arquibancadas. É preciso ver além do trivial. Se continuar neste ritmo e não ocorrer descontinuidade no planejamento, dá para sonhar com bom desempenho na Série B e luta incessante pelo G-4. Apesar das dificuldades, frutos já foram colhidos. E essa é uma boa noticia.
(análise feita por Elias Aredes Junior)