O amigo e companheiro Daniel Lessa da Rádio Brasil sempre enfatiza de que o começo de uma equipe esportiva é fundamental. Em resumo: a primeira transmissão. É ali que são estabelecidos os marcos e características daquilo que virá no futuro. Concordo e vou além: o conceito aplica-se ao futebol.
O Guarani perdeu do Rio Branco e empatou com Ituano e São Caetano. Não venceu nenhum jogo e só marcou um gol. Em condições normais não deveria ser motivo para preocupação. Duro é a normalidade encontrar-se longe do Guarani.
Não compareci ao jogo-treino, mas o repórter Luis Felipe Leite, da Rádio Brasil, disse-me que não gostou do que viu. Que os defeitos permanecem. Mas ele reconhece a evolução da equipe na parte técnica e tática no segundo tempo. Pegue este contexto e relembre a má vontade da torcida com Vinicius Eutropio, a escassez de contratações e as dificuldades políticas nos bastidores.
Este caldeirão transforma o resultado do jogo com o Figueirense em uma duas alternativas: ou um balde de água ou gasolina na fogueira. Se vencer e de preferência com boa atuação, Eutrópio ganha fôlego para implantar sua filosofia de trabalho e os atletas começaram a readquirir uma confiança perdida desde a reta final do Paulistão. Somar os três pontos também concederá margem de manobra para a diretoria de futebol profissional trabalhar com mais calma na obtenção de reforços.
Caso ocorra um tropeço, com um empate ou derrota, será a continuidade de espiral de baixo astral iniciada no torneio regional e reforçada nos jogos treinos. Sem contar que o caldeirão político poderá entornar de uma vez por todas.
Fazer muito com pouco. Este será o desafio do Guarani na Série B.
(Elias Aredes Junior)